quinta-feira, 22 de outubro de 2020

RJ: Documentos apontam que governador em exercício sabia de pagamento irregular

 

Documentos apontam que governador em exercício do RJ sabia de pagamento irregular
Foto: Divulgação/Carlos Margo/Gov-RJ

Documentos assinados por dois diretores da Organização Social Pró-Saúde, gestora privada de unidades da rede estadual de saúde, demonstra que o governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tinha conhecimento da operação que usou recursos públicos para quitar as dívidas trabalhistas da entidade. 

 

A transação é alvo de investigação em diversos órgãos como o Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ) e o Conselho Estadual de Justiça (CNJ). O foco das apurações é a liberação irregular de dinheiro público, além de pagamento de elevados honorários a advogados ligados ao governador afastado Wilson Witzel e a desembargadores do TRT-RJ. Pesa ainda a investigação de um suposto tráfico de influência no tribunal. 

 

De acordo com reportagem de O Globo, em ofício encaminhado em novembro do ano passado ao então vice-governador Cláudio Castro, dois diretores da Pró-Saúde,  Jocelmo Pablo (Gestão de Pessoas) e Rogério Andrade (Direitos Administrativo e Financeiro), formalizam o acerto firmado entre a OS, o próprio Castro e Wilson Witzel para a utilização do crédito que tinham com a administração estadual por serviços prestados para pagamento de um passivo trabalhista estimado em R$ 29 milhões.

 

O ofício da Pró-Saúde, obtido pelo GLOBO, registra que a operação foi fechada em “tratativas ocorridas em reuniões” com Witzel e Castro. A investigação do STJ, no entanto, teve acesso a um documento no qual a procuradora do Estado Renata Cotrim Nacif sustenta que o repasse de recursos para pagar as pendêncidas trabalhistas da Pró Saúde foi autorizado sem esperar o julgamento de ações que discutiam entre as partes, na Justiça Estadual, o valor correto da dívida.

 

Divida em seis parcelas, a dívida trabalhista da Pró-Saúde geraram R$ 753 mil em honorários às duas advogadas da causa: Eduarda Pinto da Cruz, irmã do desembargador do Trabalho Marcos Pinto da Cruz, e Suzani Andrade Ferraro, ex-mulher do advogado de Witzel Manoel Peixinho. 

 

Outro alvo da investigação do STJ é o advogado Marcello Cavanellas Zorzenon da Silva, filho do ex-presidente do TRT-RJ,  desembargador Fernando Zorzenon, que advoga em seis processos trabalhistas semelhantes.


fonte:BN - 22/10/2020

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