247 - Diante da desconfiança manifestada por diversos setores em relação à operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (8), em parceria com o Mossad, serviço de inteligência de Israel, que prendeu brasileiros que supostamente estariam tramando atentados terroristas no Brasil com o apoio do grupo Hezbollah, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), destacou que o Brasil "é um país soberano" e que "nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal".
"Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é dever da Polícia Federal investigar, para confirmar ou não as hipóteses investigativas. A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa", publicou Dino no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira (9). Veja a publicação completa:
1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais.
2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento;
3.Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário;
4.Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas;
5.A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa;
6.As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional;
7.Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos;
8.Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras.
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