quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

MG: Justiça Federal solta acusados de elo com Hezbollah e coloca fim à farsa de EUA e Israel


O caso causou uma rusga diplomática depois que o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, fez insinuações de que o governo Lula teria ligações com o grupo libanês - foto:reprodução


Em decisão publicada nesta terça-feira (5), a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte, atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF) e libertou Lucas Passos Lima, de 35 anos, e Jean Carlos de Souza, de 38 anos, que foram presos após a Mossad, serviço de inteligência do governo sionista de Israel, e agências dos EUA alertarem que os dois seriam membros do Hezbollah e estariam planejando atentados a alvos judaicos no Brasil.

A decisão pela soltura dos dois brasileiros coloca fim à farsa fabricada pela máquina de propaganda sionista com o intuito de espalhar o terror e cooptar apoio de governos para a ação genocida em Gaza.

A ação que prendeu os dois acusados aconteceu em 8 de novembro, em meio à críticas do presidente Lula à ação de Israel e à resistência em liberar o grupo de 32 brasileiros que estavam reféns dos militares sionistas em Gaza.

O caso causou uma rusga diplomática depois que o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, fez insinuações de que o governo Lula teria ligações com o grupo libanês.

Após encontro com Jair Bolsonaro (PL), em entrevista ao diário carioca O Globo, Zonshine deu a entender que o grupo Hezbollah, baseado no Líbano, teria integrantes se infiltrando no Brasil “porque aqui há quem os ajude”.

“O interesse do Hezbollah em qualquer lugar do mundo é matar os judeus. Se escolheram o Brasil, é porque tem gente que os ajuda”, afirmou na ocasião.

Em resposta, o ministro da Justiça, Flávio Dino, defendeu a soberania do governo brasileiro e a autoridade da Polícia Federal (PF).

Dino ressaltou que "o Brasil é um país soberano" e que "nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal".

"O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais", começou Dino.

"Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento", relatou em seguida.

Segundo Dino, a "plausibilidade de indícios" enviados por autoridades internacionais é feita pelos delegados da PF, que enviam pedidos à Justiça.

"Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas", afirma.

O ministro afirma ainda que "as investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional".

"Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos", afirmou o ministro, ressaltando que a PF "apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras".

Depoimentos

Em depoimento, os dois acusados negaram ligação com a organização. Lucas, o primeiro a ser preso, recebeu voz de prisão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando voltava do Líbano.

As investigações apontavam que os brasileiros supostamente envolvidos com o Hezbollah já estavam recrutando outras pessoas para finalizar planos de atentados terroristas.

Ele alegou morar em Brasília e trabalhar com regularização de imóveis e é representante comercial. Há sete anos, foi preso por porte ilegal de arma. "Você sair de um lugar para fazer parte de um grupo em guerra, você sair da sua paz para isso?", questionou.

Jean Carlos, por sua vez, vive em Joinville, Santa Catarina. Ele disse que viaja com frequência porque trabalha com captação de negócios e sempre é parado pela Polícia Federal, mas nunca por algo como suposto envolvimento com grupos terroristas.

"Eu acho absurdo isso. Falar: 'Jean, você é participante de um Hamas, Hezbollah. Não sei como estão falando isso'. Estou preso, eu só queria um pouco mais de respeito em relação a isso. Não sou. Se chegar na minha família, eu não sou terrorista", afirmou.

José Roberto Timoteo da Silva, advogado de Jean, afirmou se tratar de um "caso absurdo", sem base qualquer. É mais uma coisa para envergonhar a Justiça brasileira", disse.

FONTE:  revista fórum - 06/12/2023

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