Divulgação/Subway
Uma “confusão patrimonial” que envolve transferências milionárias pôs a Subway na crise da SouthRock Capital, que tinha o direito de explorar a marca Starbucks no Brasil.
Um laudo de perícia obtido pelo Metrópoles expôs a relação financeira entre as empresas que pode fazer a rede de lanchonetes entrar em recuperação judicial juntamente com as outras empresas do grupo.
O documento embasou despacho do juiz Leonardo Fernandes, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, em uma decisão que mandou a SouthRock incluir a Subway em seu pedido de recuperação judicial. O início do processo ainda não foi autorizado pelo magistrado.
Na ação, a SouthRock alega ter dívidas de R$ 1,8 bilhão. No entanto, credores haviam questionado duramente a exclusão da Subway do pedido de recuperação. A suspeita sobre a dependência entre as empresas foi confirmada pela perícia nomeada pelo juiz.
O advogado Oreste Laspro, nomeado para a perícia, identificou pelo menos R$ 340 milhões em transações financeiras em operações de “mútuo intercompany”, termo usado para classificar o financiamento de empresas por suas controladoras e sócias.
A partir do acesso a essas transações, a perícia constatou que há “ampla dependência econômica entre os diferentes núcleos de negócio explorados pelo Grupo SouthRock, com transações entre partes relacionadas que substancialmente configuram a confusão patrimonial entre as empresas do grupo”.
A afirmação diz respeito tanto à Subway quanto à Eataly, que havia pedido para ser retirada do processo. Com a decisão que acolheu o relatório, essas duas empresas terão de ser incluídas na ação judicial.
A SouthRock foi fundada em 2015 e atua no segmento de alimentos e bebidas. Especializou-se em redes de restaurantes em aeroportos. Ela perdeu recentemente o direito de explorar a marca Starbucks no Brasil. Em seu pedido de recuperação, afirma que a pandemia de Covid foi um dos fatores determinantes para a sua crise.
Procurada pelo Metrópoles, a Subway não retornou o contato até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Fonte: Luiz Vassallo/Metrópoles - 05/12/2023
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