domingo, 24 de dezembro de 2023

RJ: Zinho, miliciano mais procurado do Estado, é preso

 

                                               

Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto: Divulgação


O miliciano Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do

Rio, foi preso neste domingo, véspera de Natal. Segundo a Polícia Federal,

a prisão ocorreu após "tratativas entre os patronos" de Zinho, a PF e a

recém recriada Secretaria de Segurança Pública. O criminoso, que estava

 foragido, se apresentou na delegacia, localizada na Superintendência da 

PF no Rio.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo 

Cappelli, comemorou a prisão durante a noite, por meio do

X (antigo Twitter). "Parabéns à Polícia Federal!

É trabalho, trabalho e trabalho", disse na publicação.

Quem é Zinho?

Com dez mandados de prisão expedidos em seu nome pelo

Tribunal de Justiça (TJRJ), de acordo com dados do Conselho

Nacional de Justiça e do TJRJ, Luís Antônio da Silva Braga,

o Zinho, é o miliciano mais procurado do Rio de Janeiro.

Sentenças e despachos de magistrados, referentes 

a decretações de prisões preventivas do bandido, a 

última delas publicada no último dia 15, apontam-no

como chefe do maior grupo paramilitar da Zona Oeste. 

Dados de processos revelam ainda que Zinho responde, 

entre outras acusações, por ordenar o uso de carros clonados

para localizar e executar rivais, por ser mandante da morte

do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o

Jerominho, apontado pela polícia como um dos fundadores 

da milícia, e por determinar o pagamento de propina

a policiais para ser informado de operações.


A lista de crimes inclui ainda um esquema milionário de

 lavagem de  dinheiro em que Zinho teria usado o nome 

da mãe de um comparsa

 para movimentar mais de R$ 4 milhões em uma conta

 bancária. O dinheiro seria uma pequena parte das 

extorsões praticadas pelo grupo criminoso. As informações

 constam de um processo que apura crime de organização

 criminosa, em trâmite na 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.

A mesma investigação menciona a ordem de Zinho para oferecimento 

de propina a policiais civis e militares para ser informado sobre 

operações para sua captura. Zinho também determinava o uso de carros clonados  pelo bando. "Na condição de líder do grupo criminoso,

concorreu eficazmente para a prática de diversos delitos de

 receptação, à medida

 que, por deter o domínio final dos atos criminosos da malta, 

determinou que seus subordinados recebessem, ocultassem

e conduzissem veículos 'clonados', que sabia serem produtos

 de crime. Tais veículos eram utilizados pela horda para a 

condução das atividades ilícitas inerentes 

à existência  e à estabilidade do grupo, em especial para 

a realização de "levantamentos" de informações de rivais que

 seriam por eles eliminados e para a prática de homicídios", 

escreveu o magistrado  em um dos trechos da decisão.


Já o assassinato de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho,

 vereador  no município do Rio entre os anos 2000 e 2008, é

 citado em outro processo, da 1ª Vara Criminal da Capital, 

que trata de crime de homicídio. No despacho em que decretada

mais uma prisão contra Luís Antônio  da Silva Braga, 

em setembro de 2023, há a informação de que Zinho

 e seu sobrinho Matheus da Silva Rezende, o Tetheus, 

seriam os responsáveis pela ordem para executar Jerominho. 

O crime teria  acontecido, segundo informação que consta 

na investigação, por uma suposta disputa de território. 

Como Jerominho teria sido um dos  fundadores da milícia na

região, Zinho temia que o ex-parlamentar, 

que ficou preso por 11 anos e ganhou a liberdade em 2018, 

após ser absolvido no último processo que respondia, 

tentasse retomar o  controle do grupo paramilitar.


O crime aconteceu próximo a um supermercado, em 4 de

 agosto de 2022. Na ocasião, um amigo de Jerominho que

 o acompanhava também foi baleado. Ele foi socorrido, 

mas um mês depois não resistiu aos ferimentos

 e morreu em um hospital da Zona Oeste. De acordo com 

o processo, as investigações apontaram que o miliciano

 Alan Ribeiro Soares, o Nanã e outros dois homens seriam 

os executores do crime.

Dois dos acusados de envolvimento no duplo homicídio já

estão mortos. Matheus da Silva Rezende, o Faustão, 

sobrinho de Zinho e segundo na hierarquia da quadrilha de 

Zinho, foi morto numa troca de tiros com

 policiais civis, em 23 de outubro deste ano. Em represália, 

o bando incendiou 35 ônibus na Zona Oeste

já Nanan foi morto em um  tiroteio com milicianos rivais no 

dia 3 de novembro, em Santa Cruz, 

também na Zona Oeste. Ele havia rompido com Zinho e

 formado sua própria milícia. Segundo a polícia, Nanan 

estava envolvido numa disputa de território com o bando 

comandado por seu ex-chefe.


Fonte: ExtraONLINE - 24/12/2023 22H:51


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