247 - O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, afirmou ao jornal O Globo que o Brasil está caminhando para a normalidade econômica e se mostrou mais otimista em relação ao desempenho do país em 2024 do que a média do mercado financeiro. Honorato prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2%, superando a média de 1,5% estimada pelo Boletim Focus.
Um dos principais pontos destacados pelo economista é a possibilidade de a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 11,75% ao ano, atingir a marca de 8% ao final do ciclo de afrouxamento monetário. Essa redução teria como consequência um retorno do Brasil a um crescimento que representa entre 80% e 90% da expansão econômica global, algo semelhante ao período pré-recessão de 2014 a 2016.
O pacote de indicadores positivos inclui a perspectiva de queda da inflação e dos juros, um ambiente externo mais favorável e a consolidação das contas externas, com o saldo comercial se aproximando de R$ 100 bilhões. Contudo, Honorato identifica a questão fiscal como um desafio a ser superado. Com uma dívida pública superior à média dos países emergentes, ele destaca a importância de reduzir o déficit nas contas públicas o quanto antes.
Em relação à recente elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco S&P, Honorato ressalta que esse movimento 'já era esperado'. "O Brasil possui indicadores externos dignos de investment grade (grau de investimento, o selo de bom pagador e de baixo risco), o que limita estarmos lá são os indicadores fiscais e o baixo crescimento. Mas as reformas dos últimos anos, a aprovação do arcabouço fiscal, a busca por elevação das receitas, a melhor performance da economia e a aprovação da Reforma Tributária justificavam o upgrade".
Honorato listou fatores que empurrarão "para cima a economia" brasileira em 2024: "a inflação está caindo, as taxas de juros vêm baixando, há desinflação global com um ambiente menos hostil para os (países) emergentes. Além disso, há a solidez das contas externas com a ajuda das exportações de petróleo, a demanda doméstica que segue forte e o desemprego baixo ajudando a renda a se recompor. Em 2024, ambiente global, demanda doméstica, contas externas e inflação vão empurrar para cima a economia, especialmente pela queda de juros, com efeito de aceleração do crédito. Renda real cresce por conta da inflação baixa e aumenta a massa de renda disponível. Estamos esperando a geração de 1 milhão de vagas formais".
Além da queda na Selic, que pode chegar, segundo o economista, a 8%, o dólar pode cair para R$ 4,80. "Deve chegar a 9,25% no fim do ciclo de queda, mas não descarto ficar na casa de 8%. O câmbio também deve cair para R$ 4,80, com a moeda apreciando".
Fonte:BRASIL 247 - 26/12/2023
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