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Lula contou com o auxílio de um grupo restrito de ministros entre quinta (5/9) e sexta-feira (6/9) para escutar Anielle Franco e Silvio Almeida sobre as denúncias reveladas pela coluna acerca de supostos episódios sexuais do agora ex-ministro dos Direitos Humanos contra a ministra da Igualdade Racial. Foi esse grupo que, a pedido de Lula, ouviu Anielle e Silvio separadamente e depois acompanhou o presidente nas duas conversas, na noite de sexta-feira, planejadas com o objetivo de proteger Anielle.
Silvio mostra mensagens e vídeos
Na quinta-feira, a missão de ouvir Silvio Almeida coube a Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, e Vinicius Marques de Carvalho, da Controladoria-Geral da União. Por ordem de Lula, os dois receberam Almeida no Palácio do Planalto. Foi naquela conversa que Almeida negou as acusações e mostrou conversas com Anielle no celular para sugerir que os dois se tratavam com intimidade. Almeida sacou um vídeo do restaurante Oscar, no Brasília Palace, hotel icônico da capital, que mostrava um jantar dele com Anielle. As mensagens e o vídeo seriam, na argumentação de Almeida, provas de que ele não assediava a ministra e que os relatos dela eram mentirosos. Aos olhos dos outros ministros, porém, não havia nada no conteúdo que indicasse qualquer tipo de permissão de Anielle para qualquer abordagem sexual de Almeida.
A importância de Janja
Vinicius e Messias relataram a Lula o conteúdo. Mas pesou para o presidente nesse momento a pressão de Janja da Silva. A primeira-dama não acreditou nos relatos de Silvio e defendeu Anielle. Próxima da ministra e defensora dos direitos das mulheres, Janja argumentou com Lula e outros integrantes do governo que aquilo não provava nada e que o governo não podia tolerar a suspeita de um assediador. A postura que Silvio passou a adotar ainda naquela noite, usando as redes sociais do ministério para se defender e acusando a organização Me Too Brasil, também foi malvista.
Fonte: Guilherme Amado/Metrópoles 07/09/2024
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