sábado, 12 de abril de 2025

Câmera: Em diálogo com STF, Motta não deve pautar anistia neste momento

                                                                foto:VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto


O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não deve pautar neste momento o Projeto de Lei (PL) da Anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, mesmo com o alcance dos apoios necessários para a urgência e a pressão dos bolsonaristas.

A avaliação feita pelo Centrão é que Motta vai continuar, ao menos por ora, a negociação com integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do governo Lula em busca de alternativas ao texto. Líderes confirmam que o presidente da Câmara iniciou esses diálogos, há algumas semanas, a fim de encontrar uma saída.

Desde a campanha ao comando da Câmara, Motta sempre defendeu que pautas polêmicas não seriam uma prioridade para ele. Uma das ressalvas em dar andamento ao texto é justamente a divisão da sociedade e do Congresso em relação ao tema da anistia. Apesar de alcançar 257 assinaturas de deputados, o avanço no Senado é incerto.

As últimas duas pesquisas divulgadas sobre o tema, da Quaest e do Datafolha, mostraram que 56% da população é contrária à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

A discussão sobre a anistia será debatida em uma reunião de líderes da Câmara prevista para a semana depois da Páscoa. Até lá, os diálogos entre os Três Poderes devem seguir em busca de uma resolução.

De acordo com dados fornecidos STF, atualmente, há 144 presos pelos atos do 8 de Janeiro – 55 presos provisórios, 84 definitivos e cinco em prisão domiciliar.

Um dos impasses que envolve o projeto é justamente o alcance da anistia. No último relatório, quando a proposta ainda estava na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a anistia abrangeria todos os envolvidos em atos realizados de 30 de outubro de 2022 a 8 de janeiro de 2023. Neste cenário, um dos beneficiários poderia ser o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além dele, ex-ministros do governo anterior e generais da alta patente das Forças Armadas poderiam usufruir dos benefícios.

Discussão do tema no escuro na Câmara


Um líder experiente do Centrão na Câmara avalia que a discussão sobre a anistia dentro da Casa está incerta, porque ninguém sabe qual o texto que será votado, caso o tema vá ao plenário.

Sem a instalação da comissão especial, para onde era previsto que o texto fosse depois de sair da CCJ, não existe um relator novo, e por enquanto, o único “modelo” de relatório é o que havia sido elaborado pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) no colegiado, com anistia ampla, que abrangeria não só o 8 de Janeiro.

Dessa forma, sem um relator com parecer sobre qual será o alcance da medida, deputados assinaram a urgência de uma proposta que ainda não tem um texto definido.

Fonte: METRÓPOLES - 12/04/2025

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