sábado, 8 de novembro de 2025

Quem é o pastor concunhado de Rodrigo Manga preso em operação da PF em Sorocaba

                                              Foto:Divulgação



 segunda fase operação Copia e Cola, da Polícia Federal (PF), que apura desvios na área da saúde em Sorocaba, no interior de São Paulo, prendeu, nesta quinta-feira (6/11), o pastor Josivaldo Batista, da igreja Templo Gloria e Renovo de Deus. Ele é concunhado do prefeito afastado de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), e era investigado desde a primeira fase da operação, em abril deste ano.


A prisão foi confirmada ao Metrópoles por um policial. O pastor é casado com a cunhada de Manga, a também pastora Simone de Souza. Em abril, a PF encontrou cerca de R$ 863 mil em espécie em um endereço ligado aos religiosos. Movimentações suspeitas envolvendo a igreja do casal, que tem duas sedes em São Paulo, teriam chamado a atenção dos investigadores.

Na manhã desta quinta, a página do pastor no Instagram publicou uma foto do casal acompanhada de um texto em que diz que “tempestades vêm para todos”.

“Em um relacionamento, não é a ausência de lutas que revela maturidade, e sim a forma como o casal escolhe atravessá-las. As tempestades vêm para todos, mas aqueles que caminham de mãos dadas, guiados pela Palavra e sustentados pela oração, permanecem firmes”, diz o post, que não menciona a prisão do pastor.

Empresário preso


A operação desta quinta também prendeu o empresário Marco Silva Mott, amigo de infância de Manga. Na casa dele, foram apreendidos dinheiro vivo e uma coleção de relógios.

Em nota, a defesa do empresário afirmou que a prisão é uma “medida desnecessária” e que Mott sempre esteve à disposição das autoridades. “O decreto judicial de prisão deu-se em virtude de conjecturas e suposições da Polícia Judiciária. A defesa irá esclarecer os equívocos”, afirmam na nota os advogados Antonio Pitombo e Beatriz de Oliveira Ferraro Caloi.

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Cofre com dinheiro
Dinheiro foi encontrado dentro de cofre em casa alvo de mandado
Coleção de relógios encontrada em casa
PF encontrou dezenas de relógios
PF cumpriu mandados na manhã desta quinta-feira (06/11)

Operação da PF

  • A operação da PF investiga irregularidades em contratos da saúde da Prefeitura de Sorocaba.
  • Dois mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).
  • Além dos mandados, a Justiça também determinou o sequestro e a indisponibilidade de bens de investigados, no valor aproximado de R$ 6,5 milhões, e a aplicação de medidas cautelares como suspensão de função pública e proibição de contato com determinadas pessoas.
  • Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal.
  • O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) foi afastado do cargo.
  • No lugar dele, assume agora o vice Fernando Costa Neto (PSD). Nas redes, Manga publicou um vídeo dizendo que “não vai desistir de Sorocaba”.
  • A ação desta quinta-feira é um desdobramento da primeira fase da Operação Copia e Cola, deflagrada em abril deste ano, com o objetivo desarticular uma organização suspeita de desvios de recursos públicos na área da saúde por meio de contrato emergencial e termo de convênio destinados à gestão de unidades de saúde.
  • Segundo a PF, a análise do material apreendido na primeira fase da operação permitiu identificar novas pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas no esquema, que são alvos das diligências realizadas nesta quinta.

Em nota sobre seu afastamento, a defesa de Manga diz que está adotando as medidas jurídicas cabíveis para “corrigir e reformar” o que chamou de ilegalidade. O texto afirma que a investigação da Polícia Federal de Sorocaba foi iniciada de forma ilegal e conduzida por autoridade “manifestamente incompetente”, sendo, portanto, nula.

“Além disso, é fruto de perseguição política, não havendo nada de concreto a relacionar o prefeito nesse inquérito policial. Ademais, indiscutivelmente temerário o afastamento do prefeito baseado em ilações sobre supostas irregularidades investigadas. Os supostos fatos remontam ao ano de 2021, o que demonstra a ausência de qualquer contemporaneidade capaz de colocar em risco a continuidade do exercício do legítimo mandato do chefe do Executivo Municipal”, diz a nota, assinada pelos advogados Daniel Bialski, Bruno Garcia Borragine, André Mendonça Bialski, Flávia Maria Ebaid, Julia Zonzini e Victória Lee.

Buscas na casa do prefeito

Em abril, além da sede da Prefeitura de Sorocaba, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). O ex-secretário municipal de Saúde Vinicius Rodrigues também foi alvo de buscas da PF.

De acordo com a PF, a investigação teve início no ano de 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma Organização Social para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município de Sorocaba.

Foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.

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Dinheiro apreendido na operação desta quinta (10/4)
Operação busca desarticular organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos destinados à saúde
São cumpridos 28 mandados de busca e apreensão em cidades de SP, além de Vitória da Conquista, na Bahia
Mais de 100 policiais federais participam da ação desta quinta-feira (10/4)
Investigações da Operação Copia e Cola tiveram início no ano de 2022

Também foi determinado o sequestro de bens e valores no total de até R$ 20 milhões e a proibição da Organização Social (OS) investigada de contratar com o poder público.

Na época, em nota, o prefeito Rodrigo Manga disse que “a operação acontece em um momento de grande projeção da cidade e do nome do prefeito Rodrigo Manga no cenário nacional”.

Em outra nota, a defesa de Manga afirma que não há elementos que relacionem o prefeito a atos ilícitos e diz que a PF “tenta proceder a ilegal ‘pesca probatória’ para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.

FONTE: METRÓPOLES - 08/11/2025

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