domingo, 18 de dezembro de 2011

Futebol: Após show do Barça, técnico cita antigo estilo brasileiro

Jogadores festejam com o treinador -Foto:Reuters/reprodução

O técnico Josep Guardiola está somente há três anos à frente do Barcelona. Mas já é possível falar em "Era Guardiola".

São 13 títulos conquistados em 16. Há mais de três anos o time não sai de campo tendo menos posse de bola que um adversário. Mesmo com todas as conquistas, o treinador se mantém humilde. E revela a sua admiração pelo futebol brasileiro.

Questionado sobre se o Santos sentiu a intensidade do jogo do Barcelona porque o futebol praticado no Brasil é mais cadenciado, Guardiola foi polido.

"Não sei, porque não tenho estado no Brasil. Mas não vamos confundir a intensidade. Nós passamos a bola o mais rápido possível. Quando temos a bola nos pés, tocar o mais rápido possível. Isso cria desequilíbrio. Tocamos a bola quantas vezes necessário for para chegar ao gol. O Barcelona passa a bola como meu pai falava que vocês [brasileiros] faziam", cutucou o catalão.

"Estamos falando de uma equipe com jogadores muito bons. Diminuímos o espaço e trocamos bolas. Deslocamos o jogo através do passe. Os jogadores se reúnem em torno da bola", explicou, fazendo parecer fácil uma forma de jogar dificílima de ser posta em prática.

Instado a comparar esse Barcelona à Holanda de 1974, que foi vice-campeã mundial e que é a base do Barcelona, pois formou Johan Cruyff, que depois foi jogador e treinador da equipe catalã, Guardiola mostrou uma humildade rara de ser vista em treinadores tão vencedores.

"Para nós é uma honra que nos comparem a essa equipe. O Ajax, que personificou essa Holanda, ganhou três Copa dos Campeões. Mesmo a Holanda tendo sido vice-campeã, você não me perguntou da Alemanha [que ganhou a Copa de 1974]. Tomara que com o tempo sejamos lembrados como essa equipe, como o Santos de Pelé, o Milan do Sacchi", divagou Pep.

Guardiola fez questão de dedicar a conquista aos que não puderam estar presentes, caso dos atacantes David Villa e Afellay, machucados, e do seu assistente técnico Tito Vilanova, que retirou um tumor de sua glândula parótida no mês passado.

Com tantas conquistas, como é possível seguir com vontade de jogar? Guardiola tem a resposta na ponta da língua.

"Seria uma surpresa para mim se o time desistisse. Nossa meta é continuar jogando bem. Eventualmente sabemos que vamos perder. Mas estamos evoluindo. Isso depende de encontrar o ponto de exigência. Continuar com esse desejo de vencer. É uma honra e um privilégio treinar esse grupo de pessoas. Não é fácil seguir vencendo depois de tudo o que conquistamos", declarou.

Messi, eleito o melhor do Mundial e autor de dois gols na final mereceria um comentário à parte? Não para Guardiola, que elogiou, e muito, Thiago.

"Ele [Messi] fez uma grande partida, mas não quero personalizar. O Iniesta, o Thiago, todos foram muito bem. O Busquets, que é melhor volante do mundo. Queremos que o Messi se sinta bem", disse, para depois continuar elogiando o filho do ex-jogador Mazinho. "O Thiago jogou aberto e poderia sentir dificuldades por isso. Mas jogou pelo lado para limitar as ações dos Santos pelos lados e foi muito bem".

Por fim ele comentou a afirmação de que com o poderio econômico de times como o Barcelona será cada vez mais difícil para equipes brasileiras ganharem o Mundial. Ele discordou e deu a receita para os brasileiros.

"No Brasil e na América do Sul sempre haverá bons jogadores e bons times. Mas jogamos com nove canteranos [jogadores vindos das categorias de base do Barcelona] hoje e que custaram zero euro para nós", finalizou.





Fonte:Folhaonline.

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