quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Greve da PM: 132 homicídios foram registrados em Salvador desde o início da greve

Chegou a 132 o número de homicídios registrados em Salvador e região metropolitana desde o início da greve dos policiais militares da Bahia. Nesta quarta, três pessoas foram assassinadas, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado.

O último óbito foi anotado no início da manhã. Um homem de identidade ignorada foi morto em Jaguaripe, na Grande Salvador. A capital baiana registrou dois homicídios durante a madrugada. Uma jovem de 19 anos foi assassinada no bairro Barros Reis e um homem até agora não identificado foi morto no bairro Ribeira.

Sem acordo entre o governo e grevistas, a paralisação entrou hoje no nono dia. O cenário em frente à Assembleia Legislativa, onde estão acampados os PMs amotinados, voltou a ficar tenso pela manhã, após uma madrugada tranquila. Os cerca de 500 policiais militares que estão concentrados do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia ameaçam fechar a avenida Paralela, via expressa que liga o aeroporto ao centro de Salvador. Houve um princípio de confronto quando homens do Exército mudaram a posição das cercas que estão posicionadas ao redor do Parlamento.

O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, que lidera a paralisação, declarou que os grevistas se preparam para um embate. "A movimentação está diferente e também estamos nos preparando", afirmou ele.

Desde a manhã de hoje, as tropas federais não estão deixando entrar mais alimentos e água para os amotinados que permanecem no Parlamento, ao contrário de ontem, quando houve uma flexibilização do comandante da operação, o general Gonçalves Dias. O militar, que completava 62 anos, recebeu um bolo de presente dos grevistas e se emocionou. A cena de carinho teria desagradado o Palácio do Planalto, que entendeu ser uma manifestação de fraqueza de Dias. Ele teria recebido ordens para mudar seu estilo e "apertar" o cerco.
A todo o momento, chegam mais reforços do Exército. O efetivo, que ontem era de 1.038 homens, aumentou para 1.308 homens na manhã desta quarta. Além disso, o local também é vigiado por tropas da Força Nacional, da Polícia Federal e de PMs da Caatinga e do Semi-Árido nordestino. Nesta manhã, toda a Assembleia está cercada, ao contrário dos primeiros dias, quando o foco do efetivo federal estava em frente ao Parlamento. Os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB) voltaram a ser fechados.
A greve
A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.
Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo.

Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos.

A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo,anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.



Policiais da força Nacional estão cercando a AL-Foto:Eloi Correa/Ascom gov./divulgação/reprodução




Fonte:Portal Terra/reprodução às 13:51hs

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