Caroline Bittencourt e Jorge Sestini casaram em janeiro deste ano — Foto: Reprodução/Instagram
A polícia informou na noite desta segunda-feira (6) que determinou o indiciamento por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Para o delegado, ele assumiu risco ao navegar com mau tempo.
A Polícia Civil informou, no começo da noite da noite desta segunda-feira (6), que vai indiciar por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar) o empresário Jorge Sestini, marido de Caroline Bittencourt. Ela morreu ao cair de uma lancha durante um vendaval que atingiu o litoral norte de São Paulo no último dia 28.
O delegado Vanderlei Pagliarini, responsável pelo inquérito, decidiu pelo indiciamento após ouvir formalmente o dono da marina de onde a embarcação do casal partiu. O marinheiro que resgatou o empresário do mar também foi ouvido.
Segundo o inquérito, há indícios da conduta culposa de Jorge, que mesmo advertido sobre o mau tempo, lançou-se ao mar. Para ele, houve 'negligência'.
A informação sobre o alerta consta no depoimento do proprietário da
Lemar Garagem Náutica, Lenildo de Oliveira, que segundo o delegado
trouxe seguros subsídios que permitem concluir pela responsabilização
criminal de Jorge Sistini.
Oliveira, disse à polícia que orientou na sexta-feira (26) que Jorge ficasse
atento às mudanças climáticas, porque estava previsto um vento a
noroeste entre sábado e domingo. Essa conversa ocorreu antes do casal
partir da marina, em São Sebastião, para passar o fim de semana em
Ilhabela.
O dono da marina contou ainda que, já no domingo, dia do acidente,
recebeu alertas de mudança nas condições de tempo e encaminhou
aos clientes da marina, entre eles Sestini. Às 15h44 ele recebeu
uma mensagem de áudio pelo WhatsApp, último contato com o marido da modelo, que agradeceu o
aviso e disse que já estava no canal entre São Sebastião e Ilhabela. O empresário disse que tinha retorno previsto para às 17h30. O vendaval
atingiu Ilhabela por volta de 17h.
Às 17h15, Oliveira disse à polícia que tentou novo contato com o casal
pedindo que, caso ainda estivesse no canal, que não tentasse a travessia,
que deixasse para o dia seguinte, 29 de abril, porque as condições no tempo tinham piorado e eram críticas.
Para o delegado, o conjunto de provas e indícios colhidos até o momento, vislumbra-se com clareza a incidência de conduta culposa dele.
"Sabedor do mau tempo que assolava naquele momento a região, especialmente para quem se encontrava a bordo de embarcações de
pequeno porte, expressamente advertido a esse respeito, resolveu por
lançar-se ao mar, não providenciando ao menos que a vítima utilizasse um colete salva-vidas, como lhe competia, negligência indiscutível que remete
aos fundamentos dos delitos culposos", disse o delegado em trecho do documento.
O pedido de indiciamento foi enviado para a polícia de São Paulo, que deve intimar Sestini para ouvi-lo - não há data agendada. Na ocasião, ele será informado oficialmente do indiciamento. "Enviamos um questionário
elaborado com perguntas para ele responder. Quando comparecer a
delegacia, ele irá ser indiciado formalmente", afirmou Pagliarini.
A lancha que o casal ocupava quando Caroline caiu no mar foi periciada.
Outro lado
Jorge Sestini tem a opção de não responder aos questionamentos policiais.
A família de Sestini foi procurada pela reportagem, mas não quis falar sobre
o assunto. Questionado, o pai de Jorge, Alfredo Sistini, não indicou o contato
de um advogado. O G1 tenta localizar a defesa do empresário.
A pena, caso Jorge seja condenado por homicídio culposo, é de um a três
anos de detenção.
Em nota publicada pela filha de Caroline em uma rede social no domingo, a família deu detalhes do acidente.
fonte:G1 c/adaptações
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