O Ministério Público Estadual do Mato Grosso (MPE-MT) e a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) pediram a internação da adolescente suspeita de ser responsável pelo tiro que matou a amiga, Isabele Guimarães Ramos, de 14 anos. O crime aconteceu no dia 12 de julho em um condomínio de luxo em Cuiabá. Segundo o portal G1, agora cabe à Justiça avaliar o pedido, feito em representação protocolada na terça-feira (8).
A adolescente afirmou ter sido a autora do disparo mas afirmou a polícia que o tiro foi acidental. Mas o laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgado na semana passada, aponta um resultado diferente da versão. De acordo com o documento, a pessoa que matou Isabele estava com a arma apontada para o rosto da vítima, de uma distância entre 20 e 30 cm e 1,44 m de altura.
O laudo também aponta que a arma usada não pode fazer um disparo acidental. Nas circunstâncias alegadas no Termo de Declarações da adolescente, a arma, da forma como foi recebida pela perícia, só se mostrou capaz de fazer disparo e produzir tiro carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e com o acionamento do gatilho.
A perícia analisou que a vítima estava no banheiro do andar superior da casa da suspeita. Segundo a investigação, o autor do disparo também entrou na parte esquerda do banheiro e efetuou o disparo com a arma apontada para o rosto de Isabele.
O inquérito sobre a morte de Isabele foi concluído na semana passada. O documento diz que a adolescente que atirou deve responder por ato infracional por homicídio doloso (quando há intenção de matar), imperícia e imprudência. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que menores que cometeram atos infracionais análogos a crimes hediondos, como estupro e homicídio qualificado, sejam internados.
O tiro que matou Isabele partiu de uma arma que pertencia ao pai do namorado da suspeita, de 16 anos. O adolescente vai responder por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo, por ter transitado armado sem autorização. Ele levou armas do pai para a casa da namorada, onde aconteceu o crime.
Mesmo afirmando que não sabia que o filho havia levado as armas, o pai do adolescente foi indiciado por omissão de cautela na guarda da arma, homicídio culposo, entrega de arma para adolescente e fraude processual.
fonte:Bahia NOtícias - 11/09/2020
0 comentários:
Postar um comentário