quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Bahia: Operação prende advogado de 'quase cônsul' por fraudes em processos

 

Operação prende advogado de 'quase cônsul' por fraudes em processos na Bahia 
Advogado João Novaes foi preso | Foto: Reprodução

O Grupo de Apoio Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) prendeu, na manhã desta quinta-feira (10), três investigados da Operação Inventário. 


Os mandados, cumpridos em Lauro de Freitas e Salvador, miram o advogado João Novaes, que atua na defesa de Adailton Maturino, "quase cônsul" preso pela Operação Faroeste, que investiga tráfico de influência no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Os outros dois alvos são Marco Aurélio Fortuna Doria e o servidor do TJ, Carlos Alberto Nogueira.

 

Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o advogado teria movimentado cerca de R$ 29 milhões, sendo R$ 23 milhões ligado a Adailton Maturino.


As investigações do MPF apontam que o “quase-cônsul” era o mentor do esquema de venda e compra de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), envolvendo mais de 300 mil hectares de terras no oeste baiano, junto com o borracheiro José Valter Dias.  

 

Em dezembro de 2019, a Polícia Federal fez uma busca e apreensão no escritório de João Novaes por suspeita de que era utilizado como mecanismo de circulação de bens e valores obtidos de forma ilícita. Em uma interceptação telefônica autorizada pela Justiça, Novaes revelou que o empresário Adailton Maturino investiu a quantia de R$ 3 milhões no local de festas na Cidade Baixa (relembre aqui).

 

A operação desta quinta é fruto de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que investiga fraudes identificadas no bojo de processos judiciais em trâmite no âmbito da 11ª Vara de Família, Sucessões, Órfãos, Interditos, Ausentes da Comarca de Salvador/BA, supostamente praticadas por organização criminosa composta por advogados, serventuário e particular responsável por falsificação de documentos.

 

A ação apura indícios veementes da prática de crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato, fraude processual, uso de documento falso e alteração de dados no sistema. Com base nesses indícios, foram deferidos pela Vara dos feitos relativos a delitos praticados por Organização Criminosa da Comarca de Salvador (VCRIM) os pedidos do Ministério Público Estadual de três prisões preventivas, além de 11 buscas e apreensões em endereços residenciais dos investigados e escritórios de advocacia.

 

A Operação Inventário, do Gaeco, conta com o apoio operacional da Polícia Civil, por meio do DRACO e do DEPOM, e da Polícia Federal, por meio da Superintendência Regional na Bahia.


fonte: BN - 10/09/2020 13h.

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