quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Opinião: Em Salvador, principais lideranças petistas cometem o mesmo erro de 2008

 ‘Não adianta tentar negociar com o tigre quando a sua cabeça já está dentro da boca dele’. Winston Churchill -                     

                                         ex-primeiro-ministro do Reino Unido

As convenções para homologação de candidaturas a prefeito, vice e vereadores no pleito de 2020 encerram-se hoje (16) em todo o país, mesmo com uma pandemia que já tirou a vida de mais de 133 mil brasileiros. Em Salvador, esses últimos 15 dias foram de intensas negociações entre os dois principais cabos eleitorais da capital, o prefeito e presidente nacional do DEM ACM Neto e o governador Rui Costa (PT).

O prefeito da capital, sempre bem avaliado pela população, desde o início do seu segundo mandato, colocou em evidência o seu vice-prefeito Bruno Reis (DEM), que nesses quase 4 anos foi titular de duas importantes secretarias do município, com visibilidade e acesso à uma grande parcela da população soteropolitana, além de concretizada a aliança com o PL e o PDT de Félix Jr., indicando a candidata a vice-prefeito.

Pelo outro lado, temos as candidaturas de Sargento Isidório (Avante) compondo uma chapa com o PSD dos Senadores Otto e Coronel, João Bacelar (Podemos) Olívia Santana (PCdoB), em que todos esses partidos compõem a base do governador Rui no Estado e a candidatura da Major Denice pelo PT em composição com o PSB de Lídice.

Esse cenário, até a presente data, recorda-me da eleição de 2008, ano em que o então governador Jaques Wagner, eleito em 1º turno em 2006, foi para sua primeira eleição como comandante do Estado. O seu partido tinha um bom candidato que era o dep. federal Walter Pinheiro à prefeitura, mas em nome da governabilidade e da chamada ‘base aliada’, foram várias negociações com o PSB, PCdoB, que depois retiraram suas candidaturas, e o governador chegou até mesmo a participar da convenção do PSDB que tinha o ex-prefeito Antônio Imbassahy como candidato. Resultado: Walter conseguiu ir ao 2º turno, mas perdeu por uma diferença de 16,92% para o prefeito João Henrique (PMDB), liderado pelo então todo poderoso ministro da Integração Nacional do governo Lula, Geddel Vieira Lima; naquele ano, teve ainda a candidatura de ACM Neto pelo DEM.

Apesar da boa avaliação do governador Rui pelos soteropolitanos, vejo uma fragmentação muito maior que em 2008. Mas, como na política nada é definitivo, há a possibilidade de levar sua candidata ao 2º turno, como também todos ficarem no meio do caminho.

 

                                                                                                                                                      Jorge Luiz

                                                                                                                                                       Pedagogo

0 comentários:

Postar um comentário