Fabio Villas Boas - Sec. Saúde da Bahia - foto: Paulo Froes/GOV/BA
A vacinação contra a covid-19 deve priorizar grupos de risco em um primeiro momento e não faz sentido querer que ela seja obrigatória, afirmou nesta quarta-feira (2) o secretário da Saúde Fábio Vilas-Boas. Ele foi questionado sobre um comentário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que afirmou que o Estado não iria obrigar ninguém a se vacinar, apesar de uma lei assinada por ele mesmo permitir a aplicação compulsória em uma pandemia.
"Eu acho que num primeiro momento é para vacinar toda população de risco. Vacinar toda população é impossível. Vai ser feita a vacinação como se faz com vacina de gripe, vacina quem é de risco. Pessoas com mais de 60 anos, portadores de comorbidade, essa é a população que tem maior risco de morrer.", diz.
Ele afirmou que não vai haver vacina para todos logo de início. "As pessoas terão autonomia de decidir se querem vacinar-se ou não. Obrigar as pessoas a a se vacinar por essa doença não faz muito sentido num primeiro momento, que não vai ter vacina para todos e prefiro vacinar quem quer se vacinado do que quem está se recusando", explica.
Vilas-Boas cita que a covid-19 tem uma capacidade de contágio menor do que de outras doenças. "É diferente de uma vacina de sarampo, de febre amarela, mas principalmente sarampo, que a taxa de contágio, a capacidade de infectar... Uma pessoa com sarampo contamina 17. Uma pessoa com covid contamina 2", diz o secretário.
Ele diz também que a coordenação da vacinação é federal, mas o governo do estado pode buscar ampliar as alternativas para os baianos. "Quem regula a política de vacinas é o SUS, é uma decisão federal. A regra que se aplicar para o Brasil se aplicará para a Bahia. O que nós podemos fazer aqui, além do governo federal, é fornecer mais vacina, facilitar acesso, ampliar o acesso à vacinação. Podemos oferecer vacinas que o SUS não oferece, por exemplo", citou o secretário.
Volta às aulas
"Estamos fazendo um inquérito epidemiológico na Bahia e vamos ampliar inclusive o número de alunos sendo testado com RT-PCR em todo estado para de fato verificar se existe um contingente de crianças e adolescentes portadores assintomáticos. A gente fez um inquérito sorológico, que mostrou que havia prevalência de 10% dos alunos com sorologia positiva, mas isso não signifcia que estavam ativamente doentes", diz.
Inicialmente, serão testados 20 mil alunos. Na próxima semana, com a chegada de um equipamento que permitirá aumento de capacidade de analisar amostras no Lacen, esse número deve ser ampliado. "A gente vai ampliar a partir da semana que vem, não só para outras áreas de Salvador como a Bahia inteira", explica. "Não tenho como testar todo mundo de vez porque o Lacen não dá conta. Tem capacidade de teto de fazer", afirma, dizendo que o governo está ampliando gradativamente a quantidade de testes.
O secretário falou também que a Bahia continua as negociações para testar a vacina da Rússia, a primeira a ser oficialmente registrada em todo mundo. "Sexta-feira foi enviado a versão final do nosso memorando de entendimento para eles", disse.
fonte:Correio da Bahia - 02/09/2020 11h:58min.
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