quarta-feira, 16 de junho de 2021

Delegada da PF que investigava atos antidemocráticos foi retirada após pedir busca no Planalto


                                foto:TRF4/reprodução


A delegada da Polícia Federal responsável pela Operação Lume, que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos, Denisse Ribeiro, foi retirada da investigação 14 dias após solicitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma busca a apreensão no Palácio do Planalto, sede do governo federal. As informações são do UOL.

O pedido para a realização da segunda fase da ação foi feito em 25 de junho de 2020 e tinha como alvos a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, que funciona dentro do Palácio do Planalto e possui repartições na Esplanada, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, os endereços do secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e um canal bolsonarista no YouTube.

De acordo com a reportagem, o objetivo das buscas era procurar provas de que agentes públicos distribuíam verbas do governo para canais bolsonaristas que incitavam movimentos na internet e nas ruas pelo fechamento do Congresso Nacional e do STF, e a volta da ditadura militar e do AI-5 (Ato Institucional número 5).

Em 2 de julho, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniu com o então ministro da Justiça, André Mendonça. No dia 6, Mendonça se encontrou com o diretor-geral da PF à época, Rolando Alexandre Souza. Depois desses encontros, no dia 9, o diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Igor Romário, transferiu por ordem de Souza a investigação do setor de Denisse para o Sinq (Serviço de Inquéritos). A justificativa oficial era que só o Sinq poderia conduzir investigações.

A pedido da PF, Denisse fez um relatório parcial das investigações, que também incluía a informação sobre sua saída. Esse documento foi remetido ao relator do caso no STF, ministro Alexandre de Moraes, que já havia dado ordem para que ela e outros delegados fossem mantidos no inquérito dos atos antidemocráticos.

Ainda de acordo com o UOL, ela retomou as investigações na noite do dia seguinte, 10 de julho, depois da objeção da Corregedoria da PF, mas as buscas no Palácio do Planalto, no entanto, nunca foram realizadas.

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Fonte: ISTOÉ - 16/06/2021 12h

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