Preso por ordem do Supremo
Tribunal Federal (STF), o indígena José Acácio Serere Xavante, que se apresenta
como cacique do Povo Xavante, divulgou nesta quinta-feira, 5, uma carta com uma
série de pedidos de perdão. Na carta, Serere diz que nunca defendeu uma
"ruptura democrática" e que não acredita na violência como método de
ação política. "Entendo que o amor, o perdão e a conciliação são os únicos
caminhos possíveis para a vida em sociedade", afirma.
A prisão do cacique desencadeou
atos de vandalismo em Brasília no último dia 12. Extremistas tentaram invadir a
sede da Polícia Federal, depredaram uma Delegacia de Polícia Civil e atearam
fogo em carros e ônibus. Pelo menos 40 manifestantes envolvidos nos protestos
violentos já foram identificados pelas autoridades. Ele também deixa avisado
que, para evitar "qualquer atuação leviana" e a "divulgação de
mentiras" a seu respeito, apenas os advogados Jéssica Tavares, Pedro
Coelho e João Pedro Mello estão autorizados a falar em nome dele.
O cacique reconhece ainda que
errou ao defender a tese infundada de risco de fraude nas urnas eletrônicas.
Ele afirma que encampou a narrativa com base em "informações erradas
fornecidas por terceiros" e "inteiramente desvinculadas da
realidade".
"Na verdade, não há nenhum
indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou
na vontade do eleitor brasileiro", escreve.
Há, por fim, pedidos de desculpas
dirigidos ao "povo brasileiro", ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), ao ministro Alexandre de Moraes, que mandou prendê-lo, ao STF e ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fonte: Correio da Bahia – 05/01/2023
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