sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Após retirada de sigilo: Embaixadores Bolsonaristas questionaram cobranças feitas por países europeus sobre morte de Marielle


Vereadora do PSOL foi executada em março de 2018, no Rio de Janeiro
Divulgação - Vereadora do PSOL foi executada em março de 2018, como também o seu motorista  no Rio de Janeiro.


Embaixadores questionaram as cobranças feitas por países europeus e latino-americanos para agilizar as investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco e comparou o crime ao atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os documentos foram divulgados após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirar o sigilo de 100 anos em telegramas do Itamaraty.

Uma das cartas enviadas é assinada pelo embaixador do Brasil na França, Luiz Fernando Serra. Ao rebater a preocupação do Partido Socialista francês, Serra compara a morte da vereadora carioca com a facada levada por Bolsonaro quando ainda era candidato à presidência da República e faz comparações com o caso de Celso Daniel.

"A diferença do caso Marielle Franco e o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, ocorrido em 18 de janeiro de 2002, nunca foi esclarecido. Aduzi que jamais tinha sido identificado o autor intelectual da tentativa de assassinato contra o então candidato Jair Bolsonaro. E deixei registrado que estes dois crimes, tão graves quanto aqueles com os quais as parlamentares muito se preocupam, não tinham delas recebido qualquer manifestação", afirma o embaixador na carta, disponibilizada após um pedido da CNN Brasil via Lei de Acesso à Informação (LAI).

Outro embaixador que criticou as cobranças sobre o andamento das investigações do caso Marielle foi Hélio Vitor Ramos Filho, que representa o país na Itália. Ele "repudia" a reportagem feita pelo jornal Le Reppublica que reconta o crime. O jornal citou que Ronnie Lessa, ex-PM e um dos acusados de executar a vereadora e seu motorista Anderson Gomes, foi preso em uma casa no mesmo condomínio em que morava o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ramos Filho disse que as citações de Bolsonaro na reportagem são "ilações difamatória e infundadas".

"A matéria tem por objetivo exclusivo levantar suspeitas sobre a honra do Presidente da República Jair Bolsonaro, eleito democraticamente pelo povo brasileiro", afirmou.

Além de França e Itália, Bélgica, Chile e Uruguai cobraram um posicionado sobre o caso.

Fonte: PORTAL IG -17/02/2023

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