Indicada nesta terça-feira (29) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ser uma das nova ministras do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a advogada Daniela Teixeira já confrontou Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, em 2016, durante audiência sobre violência contra a mulher e cultura do estupro.
À época vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF), Daniela fez um discurso na tribuna da Câmara defendendo punição aos agressores de mulheres, entre eles o então deputado Jair Bolsonaro, pela declaração de 2014 em que incorreu em apologia ao estupro ao afirmar que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não "merece" ser estuprada pois seria "muito feia".
A fala da advogada deixou Bolsonaro descontrolado. O então deputado tumultuou a sessão e subiu à tribuna da tentativa de atacar verbalmente Daniela Teixeira. Presidente daquela sessão, a deputada federal Maria do Rosário chegou a pedir proteção e Daniela deixou a Câmara sob escolta de assessores parlamentares.
Daniela Teixeira relatou que, antes de deixar o local, chegou a ser ameaçada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). "Te pego lá fora", teria dito o parlamentar.
Em 2019, a advogada foi a mais votada pela lista tríplice elaborada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para compor a Corte, mas seu nome foi vetado por Jair Bolsonaro, que naquele ano estava havia assumido a presidência da República. O filho do então presidente, Eduardo Bolsonaro, inclusive, publicou à época o vídeo do discurso de Daniela Teixeira na Câmara para adiantar que seu pai vetaria sua indicação ao TSE.
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Indicação de Daniela Teixeira para o STJ
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou nesta terça-feira (29) a advogada Daniela Teixeira para uma das duas vagas abertas no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O indicação de Daniela será publicada no Diário Oficial da União (DOU) e seu nome deverá ser submetido a uma sabatina no Senado para que ela se torne, oficialmente, a nova ministra da Corte.,
Daniela Teixeira era a única mulher entre 7 cotados para as duas vagas abertas no STJ sugeridos pelo próprio tribunal. Seu nome constava na lista tríplice elaborada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para a vaga reservada à indicação da entidade.
Considerada uma advogada ligada às causas sociais, ela integra o Grupo Prerrogativas, entidade que reúne juristas progressistas. Natural de Brasília, Daniela tem 51 anos, é formada em Direito pela UnB, pós-graduada em Direito Econômico pela FGV e mestre em Direito Penal pelo IDP, tendo larga experiência na atuação em processos junto ao STJ.
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