foto:reprodução/redes sociais
São Paulo – Suspeito de espancar e ameaçar sua mulher de morte, o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado Da Cunha, ganhou fama por atuar como policial youtuber e já se envolveu em uma série de polêmicas, como xingar colegas e acusações de simular operações para se promover.
Na Polícia Civil, o delegado Da Cunha tem passagens por delegacias especializadas em investigar invasões de domicílios, na capital paulista, e tráfico de drogas, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Nesta, ele chegou a coordenar operações para prender acusados de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) na região.
Nos últimos anos, o delegado começou a fazer sucesso nas redes sociais ao compartilhar vídeos e fotos da rotina – em geral, com flagrantes de ocorrências, prisões de suspeitos e imagens ostentando armas de fogo. Atualmente, o seu canal no YouTube tem 3,6 milhões de inscritos.
Em 2022, o policial youtuber se candidatou a deputado federal, recebeu 181.568 votos e conseguiu se eleger.
Polêmicas
Em julho de 2021, ainda antes de ser eleito deputado federal, o delegado Da Cunha teve que entregar a arma, o distintivo e as algemas por ordem do então delegado-geral Ruy Ferraz Fontes.
Na ocasião, o delegado havia chamado policiais civis com mais de 55 anos de “ratos” e “raposonas”, durante participação no podcast Flow. Para a corporação, Da Cunha havia usado “linguagem inadequada” e feito “comentários depreciativos à imagem institucional”.
Na mesma época, ele já havia motivado polêmica e causado desconforto na cúpula da Polícia Civil ao publicar uma foto como se estivesse deflagrando sozinho uma operação na Cracolândia, área controlada pelo PCC e ocupada por dependentes químicos. A ação, no entanto, nunca ocorreu oficialmente.
Já em setembro de 2021, o delegado Da Cunha também admitiu, durante uma live no seu canal, que encenou uma ação de resgate em um cativeiro na favela Nhocuné, na zona leste da capital. A vítima, na verdade, havia sido resgatada por outros policiais.
Indiciamento
A Corregedoria da Polícia Civil chegou a indiciar o delegado Da Cunha por crime de peculato por supostamente usar a estrutura policial para gravar vídeos e se promover. A pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP), entretanto, a ação foi arquivada.
Em julho de 2023, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu devolver a arma e o distintivo do deputado federal. Na ocasião, o parlamentar publicou vídeo agradecendo ao governador de São Paulo e ao secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
Sem citar nomes, Da Cunha afirmou que era perseguido pela gestão anterior. “Fui vítima de uma perseguição, extremamente covarde, do anterior governador e anterior delegado-geral. A Justiça tarda, mas não falha”.
“Aqui é Policia Futebol Clube correndo nas veias. E pra quem acreditou nas mentiras e em toda aquela baboseira que criaram pra me perseguir só digo uma coisa! ‘A verdade, sempre será verdade’”, disse Da Cunha.
Violência Doméstica
Companheira do parlamentar, a nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques, de 28 anos, acusa o delegado Da Cunha de bater de espancá-la e bater a cabeça na parede até ela desmaiar.
O caso aconteceu no sábado (14/10), no apartamento em que o casal vivia em Santos, no litoral paulista. O deputado federal nega o crime.
No boletim de ocorrência, Betina relata que o Delegado Da Cunha a xingou e a agrediu após consumir bebida alcoólica. “Vou encher de tiros a sua cabeça”, teria dito o policial.
Em nota, Da Cunha “nega veementemente” as agressões. “Houve uma discussão, em meio a comemoração de seu aniversário, mas em nenhum momento ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte. Os fatos ficarão comprovados no decorrer do inquérito”, diz o comunicado.
Fonte:Metrópoles 17/10/2023
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