foto: Igo Estrela/Metrópoles
O ex-ajudante de ordens da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, revelou em depoimento que um juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atuava como informante sobre o paradeiro de Alexandre de Moraes, no período em que o ministro foi alvo de monitoramento.
Em interrogatório de Cid feito pelo próprio Moraes, em novembro do ano passado, o militar disse ao ministro que o tal juiz era quem repassava informações ao coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro. O nome do magistrado não é mencionado nos autos, mas Moraes revelou, na ocasião, que ele já havia sido identificado.
Delação de Cid e denúncia da PGR
- O ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do acordo de colaboração premiada celebrado com o tenente-coronel Mauro Cid, nesta quarta-feira (19/2).
- As informações compartilhadas pelo militar, braço direito de Jair Bolsonaro no antigo governo, são alguns dos elementos que corroboraram a investigação da PF e a denúncia feita pela Procurador-Geral da República (PGR).
- A PGR ofereceu denúncia ao STF, nessa terça-feira (18/2). Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas, entre militares, ex-ministros e integrantes do antigo governo, foram denunciadas.
Delação de Cid e denúncia da PGR
- O ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do acordo de colaboração premiada celebrado com o tenente-coronel Mauro Cid, nesta quarta-feira (19/2).
- As informações compartilhadas pelo militar, braço direito de Jair Bolsonaro no antigo governo, são alguns dos elementos que corroboraram a investigação da PF e a denúncia feita pela Procurador-Geral da República (PGR).
- A PGR ofereceu denúncia ao STF, nessa terça-feira (18/2). Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas, entre militares, ex-ministros e integrantes do antigo governo, foram denunciadas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi alvo de monitoramento no final de 2022, após as eleições presidenciais, quando ele era o então presidente do TSE. Em dezembro do mesmo ano, segundo Mauro Cid, o próprio Bolsonaro pediu que o ministro fosse monitorado. O suposto plano da trama golpista previa ações contra ele, com possível prisão, sequestro e até assassinato, conforme a investigação.
No dia 16 de dezembro de 2022, por exemplo, Moraes foi monitorado por assessores da presidência. Segundo Cid, Bolsonaro teria sido informado que ele se encontraria com o então vice-presidente Hamilton Mourão e teria ficado nervoso ao saber. Demandado, Cid repassou a ordem a Marcelo Câmara, que obteve informações via informante do TSE e as repassou ao presidente. Moraes estava em São Paulo.
Confira trecho do depoimento:
– Moraes: E quando o presidente, o ex-presidente Bolsonaro, pediu meu monitoramento, vocês fizeram algo?
Confira trecho do depoimento:
– Moraes: E quando o presidente, o ex-presidente Bolsonaro, pediu meu monitoramento, vocês fizeram algo?
Mauro Cid: Eu solicitei ao coronel Câmara.
– Moraes: Ah, ele é que fazia essa parte.
Mauro Cid: Sim, senhor. Eu não sei, eu não sei quem era o contato dele, nunca perguntei, obviamente, quem era o contato dele. Isso aí, ministro, é bem clássico das operações de inteligência e das Forças Armadas. É compartimentação da informação e necessidade do saber. Então, é contato dele, eu não quero saber, porque, se muita gente ficar ligando para o contato, acaba caindo o contato. O que sei é o que falei para o senhor daquele ministro, daquele elemento do TSE.
– Moraes: Não é um ministro, é um juiz que nós já identificamos.
“Elemento do TSE”
A mesma informação já havia sido compartilhada por Mauro Cid em outras ocasiões, ao longo dos depoimentos dados por ele no âmbito do acordo de colaboração premiada. No mesmo dia que Moraes o ouviu, em novembro do ano passado, o militar começou a fala introdutória, antes das perguntas, também mencionando essa questão.
“Sobre uma coisa que eu acho que é interessante, é sobre o monitoramento do senhor, no que diz respeito ao contato que a gente tinha ciência. A informação do dia 16, ela foi pedida por esse pessoal. A pessoa queria saber por onde o senhor ia está. E eu perguntei para o coronel Câmara. Eu não sei, não sei bem quem era… não conheço o contato dele. Inclusive, uma informação que eu sei é que um dos contatos dele era um juiz, eu não sei dizer a função, mas é um juiz do TSE”, disse o ex-ajudante de ordens da presidência.
Dias antes, em 19 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Contragolpe pela Polícia Federal (PF) e veio à tona o suposto plano que previa o sequestro e assassinato de autoridades, como Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Mauro Cid também mencionou a existência do informante, em depoimento:
“Sobre o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, reforço o que eu falei aquela vez, foi pedido pelo presidente Bolsonaro, e o contato lá do coronel Câmara era um elemento do TSE.”
Fonte: Galtiery Rodrigues/Metrópoles - 19/02/2025
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