quarta-feira, 13 de maio de 2015

ENEM 2015: MEC vai aumentar taxa de inscrição

                                        MEC cria regra para inibir faltas no Enem e aumenta taxa de inscrição/(Foto: EBC/reprodução)

O Ministério da Educação (MEC vai criar regras para inibir o alto índice de faltas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além disso, a taxa de inscrição no exame vai praticamente dobrar. As medidas surgem na esteira do reajuste fiscal do governo e do esforço da pasta para diminuir gastos. 

As alterações devem ser comunicadas amanhã em Brasília, mas até esta quarta-feira, 13, não havia confirmação oficial sobre as novas regras. A nova taxa de inscrição deve ser de R$ 63. Desde 2004, o ministério cobra R$ 35. Mesmo depois de o exame ser transformado em vestibular para as universidades federais, em 2009, o valor não havia sido alterado.
A nova taxa acompanha a inflação do período e os novos custos do exame. O reajuste atinge basicamente os estudantes oriundos de escolas privadas, uma vez que a maioria dos participantes tem isenção.  No ano passado, 73,5% dos inscritos no Enem tiveram isenção por ter cursado o ensino médio em escolas públicas ou por ter comprovação de carência - com renda familiar de até 1,5 salário mínimo mensal. 

O governo vai criar uma restrição para que candidatos que tenham faltado ao exame só possam se inscrever novamente mediante pagamento de inscrição, mesmo que se encaixem nos perfis de isenção.
O histórico de abstenção do exame sempre foi alto e, como o número de inscritos bate recorde a cada ano, o prejuízo causado pelos faltosos preocupa o MEC. No ano passado, dos 8,7 milhões de inscritos no Enem, 28,6% faltaram - mais de 2,4 milhões de pessoas. 

O custo por aluno em 2014 foi de R$ 52 - o que indica um desperdício de mais de R$ 74 milhões com esses faltosos, atualizando estimativas do MEC em anos anteriores. Em 2013, esse prejuízo foi estimado em mais de R$ 60 milhões por causa de toda a logística criada para atender o número inicialmente esperado. 

Alteração
 
Desde 2011, o MEC indica que pretendia criar mecanismos para inibir o número de faltas. Em vestibulares como o das universidades estaduais de São Paulo, a abstenção gira em torno dos 10% dos inscritos. Mas, com a preocupação de manter o exame o mais acessível possível, a ideia nunca avançou. O MEC prometeu, entretanto, fazer um estudo do perfil dos faltosos para pensar em medidas que pudessem ser tomadas. Os resultados nunca foram conhecidos. 

A reportagem solicitou o relatório e também entrevista com represente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas e Educacionais (Inep), que organiza o Enem, mas não houve resposta. Levantamento do Estado feito em 2012 mostrou que 86% dos faltosos no Enem em 2010 haviam estudado em escola pública. A maioria ainda era considerada de baixa renda, com renda familiar de até 3 salários mínimos. 

Além de vestibular, o Enem também serve para certificação do ensino médio e critério para o Programa Universidade Para Todos (ProUni), Financiamento Estudantil (Fies e também para o Ciência sem Fronteiras. A nova regra que será anunciada pode gerar economia aos cofres públicos, mas também pode provocar transtornos a estudantes.

Fonte: Estadão

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