terça-feira, 31 de dezembro de 2019

‘Escapei da injustiça e da perseguição política’, diz Carlos Ghosn

Ex-presidente da Renault-Nissan Carlos Ghosn foge do Japão para Beirute
O ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn/ 3 de abril de 2019 - AFP/Arquivos
O ex-presidente da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou em comunicado divulgado nesta terça-feira, 31, que foi para o Líbano para escapar do que chamou de “um sistema judicial japonês parcial onde prevalece a presunção de culpa”. O brasileiro deixou a prisão domiciliar em Tóquio na última segunda-feira, 30.
“Não fugi da Justiça – escapei da injustiça e da perseguição política. Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana.”, disse o executivo, que responde acusações de má conduta financeira e seria julgado em abril de 2020.
De acordo com o jornal libanês Al-Jumhuriya, Ghosn chegou a Beirute em um avião procedente da Turquia. O principal advogado do executivo, Junichiro Hironaka, disse estar surpreso com a notícia de que seu cliente foi para o Líbano. “Fomos pegos completamente de surpresa. Estou chocado”, afirmou o defensor.
Ainda não se sabe como Ghosn deixou a prisão, já que seus três passaportes foram detidos por seus advogados e ele estava sob vigilância das autoridades.
Acusações
A Nissan demitiu Ghosn, afirmando que investigações internas da montadora revelaram conduta indevida por ocultação de seu salário, quando ele era presidente executivo da empresa, e transferência de US$ 5 milhões em recursos da Nissan para uma conta na qual ele tinha participação.
Ele enfrenta quatro acusações, incluindo ocultação de renda e enriquecimento irregular. O ex-executivo nega as acusações. Segundo seus advogados, os promotores conspiraram com funcionários do governo e executivos da Nissan para tentar prejudicá-lo.
Ghosn foi preso pela primeira vez em novembro do ano passado, sendo solto quatro meses mais tarde, depois de pagar fiança. Em abril, um mês depois de ser libertado, o ex-executivo foi novamente para a cadeia. Após pagar uma outra fiança, ele deixou novamente a prisão, ainda em abril, mas estava sujeito a uma série de condições restritivas, entre elas, a exigência de que ele ficasse no Japão. (Com agências internacionais).

fonte:Isto é dinheiro - 31/12/19 -11h:11min.


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