terça-feira, 27 de julho de 2021

DF: Confirmado Ciro Nogueira na Casa Civil do governo Bolsonaro

 (crédito: Marcos Correa/ PR)

(crédito: Marcos Correa/ PR)

O senador Ciro Nogueira aceitou nesta terça-feira (27/7) o convite do presidente Jair Bolsonaro para a Casa Civil. O anúncio foi feito por meio das redes sociais, após reunião com o mandatário no Palácio do Planalto. A reunião deveria ter ocorrido ontem. No entanto, segundo a assessoria do parlamentar, o avião que transportava Nogueira do México para o Brasil teve um problema e ele desembarcou em Brasília apenas de noite.

"Acabo de aceitar o honroso convite para assumir a chefia da Casa Civil, feito pelo presidente
@jairbolsonaro. Peço a proteção de Deus para cumprir esse desafio da melhor forma que eu puder, com empenho e dedicação em busca do equilíbrio e dos avanços de que nosso país necessita", escreveu.

A aproximação sacramentada com o Centrão com a vinda de Ciro é uma tentativa do presidente de estancar as crises pelas quais passa o governo. Se, na campanha eleitoral de 2018, o então candidato ao Planalto levantou a bandeira da rejeição à “velha política” e ao “toma lá, dá cá”, agora se rende às práticas que ele demonizou, por ser ameaçado por pedidos de impeachment, estar em queda na popularidade e enfrentar denúncias de corrupção dentro do Executivo.

Na segunda-feira (26), Bolsonaro minimizou os inquéritos que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciado como futuro chefe da Casa Civil, responde na Justiça. Nogueira é investigado em três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Em dois deles, o Ministério Público Federal já ofereceu denúncia, o que ainda não foi aceito pela Corte. As investigações correm no âmbito da Lava-Jato, e ele é acusado de receber e pagar propina.

Em entrevista à Rádio Arapuan, o chefe do Executivo relatou que, caso cortasse relação com deputados e senadores que respondem a inquéritos, "perderia metade do parlamento". Ele usou um exemplo pessoal para sustentar o argumento, relatando que também é réu no STF em um processo que responde por ofensas à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). “Então não deveria estar aqui também”, alegou.

"Se eu afastar do meu convívio parlamentares que são réus ou que têm inquéritos, eu perco quase metade do parlamento. Quem colocou o Ciro aqui? Eu? Eu sou réu no STF, sabia disso? Aquele caso da Maria do Rosário. Então não deveria estar aqui também. Acho que todos nós só somos culpados depois da sentença ser apresentada em julgado. Então se o Ciro ou qualquer outro ministro meu for julgado e condenado, obviamente se afasta do governo. Mas, no momento, é o que eu tenho para trabalhar em Brasília", declarou.

Bolsonaro disse também que, caso não obtenha o apoio do Centrão, não conseguirá aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende enviar ao Congresso para reajuste do Bolsa Família. No último dia 23, em aceno ao próprio eleitorado, o presidente justificou que a aproximação com o bloco é necessária por conta da "governabilidade". Ele destacou ainda que é "obrigado" a formar a coalizão e que, "com apenas 150 deputados, não iria a lugar nenhum".

Articulação

Ainda segundo o presidente, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) na Casa Civil poderá melhorar a articulação com o Congresso. “Os ministérios mais importantes continuam com critérios técnicos. Tem uma possibilidade agora do Ciro Nogueira assumir o ministério da Casa Civil. A Casa Civil não tem orçamento em suas mãos. Faz a articulação com o Parlamento. E nós entendemos que um político, no caso um senador, poderia fazer melhor essa articulação com o Parlamento. Por isso essa aproximação com o Ciro Nogueira, que é de um partido de Centro”.

Antes sob comando de Luiz Eduardo Ramos, a Casa Civil passará para as mãos de Ciro. Ramos seguirá para a Secretaria-Geral da Presidência e Onyx Lorenzoni comandará o novo Ministério do Ministério do Emprego e Previdência. O anúncio de uma pequena reforma ministerial foi feito pelo mandatário no último dia 21.

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