A Universidade de Brasília (UnB) divulgou, neste sábado (28/5), uma nota criticando o corte de recursos no orçamento do Ministério da Educação (MEC). Segundo o texto assinado pela reitoria da instituição, o novo bloqueio de verbas significa uma perda de R$ 36,6 milhões no orçamento.
Conforme explica o texto, 99,7% do orçamento discricionário da universidade, aquele que não é obrigatório e utilizado para investimento em pesquisas, depende do governo federal e a diminuição milionária do montante significará problemas para “a compra de equipamentos de laboratório e livros; para a manutenção do funcionamento das atividades, com o pagamento de serviços básicos como água e luz; e para garantir a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica”.
A nota, que é assinada pela reitora Márcia Abrahão e pelo vice-reitor Huelva, ainda critica duramente o governo federal ao dizer que o Poder Executivo “não aprendeu as lições duras impostas pela pandemia”. A direção da universidade afirma que o corte orçamentário “coloca o Brasil na contramão do mundo” e o país “precisará de décadas para reverter as consequências da desvalorização da educação e da ciência sofrida sistematicamente a partir de 2016”.
Leia a nota na íntegra
Mais uma vez, a pesquisa e a educação no Brasil são diretamente atacadas. Os recursos para custeio das universidades e institutos federais sofreram um corte de 14,54%. Na Universidade de Brasília (UnB), que já empenhou 99,7% do seu orçamento discricionário da fonte do tesouro, isso representa um corte de mais de R$ 36,6 milhões. O recurso é direcionado basicamente para investimento em ciência, com a compra de equipamentos de laboratório e livros; para a manutenção do funcionamento das atividades, com o pagamento de serviços básicos como água e luz; e para garantir a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Esta decisão contra o país e o seu povo demonstra que o governo federal não aprendeu as lições duras impostas pela pandemia. Prescindir da educação, da ciência, da inovação e da tecnologia significa abrir mão da soberania nacional. O corte orçamentário coloca o Brasil na contramão do mundo e vulnerável para responder aos desafios locais e globais que se apresentam cotidianamente. O país precisará de décadas para reverter as consequências da desvalorização da educação e da ciência sofrida sistematicamente a partir de 2016.
Além do corte nos recursos das universidades e institutos federais, as reduções atingem todo o aparato de C&TI construído no Brasil desde a década de 1950: o Fundo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (FNDE), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), consequentemente os Hospitais Universitários e o Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Metrópoles - 28/05/2022
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