Foi apreendida uma aeronave registrada em nome de empresa do ex-prefeito de cidade de Ibititá. — Foto: Divulgação / PF
Dois investigados da Operação Rochedo, que investiga fraudes em licitações nas áreas da educação e saúde, se apresentaram neste sábado (07) na sede da Polícia Federal, em Salvador. Ambos tiveram mandado de prisão
temporária decretada pela 2ª Vara Federal da capital.
Os nomes dos acusados não foram revelados. Em nota, a PF informa que já são cinco presos até o momento
em decorrência da Operação Rochedo. Na última quinta-feira (05), foram presos o ex-prefeito de cidade de
Ibititá, na região da Chapada Diamantina, e outras duas pessoas. A PF também cumpriu
31 mandados de busca e apreensão em Salvador e outras seis cidades do interior da Bahia,
incluindo a própria Ibititá.
A PF informou que na tarde da sexta-feira (06), após audiência de custódia,
as três primeiras prisões realizadas na última quinta-feira foram mantidas
pela Justiça Federal, dentre as quais a do ex-gestor de Ibititá, Cafu Barreto.
Também foi divulgada apreensão de aeronave, registrada em nome de empresa do
ex-gestor.
Além de preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, ele cumpre
mandado de prisão temporária na sede da Polícia Federal, em Salvador.
Juntamente com os outros quatro presos, ele responde por fraude a licitações,
superfaturamento de contratos, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e
organização criminosa.
Fraudes em licitações
De acordo com a PF, a Operação Rochedo investiga denúncias de licitação fraudulentas entre
os anos de 2013 a 2020. Duas pessoas foram afastadas de cargos públicos, mas a Polícia
Federal não detalhou quem são os servidores, nem a participação deles no crime.
As investigações apontam que houve um esquema de lavagem de dinheiro e desvio
de recursos públicos federais repassados, em Ibititá. Além dos dois servidores
públicos, também estão envolvidos com o crime empresários, um advogado, contadores
e “laranjas" – que são pessoas usadas nos esquemas para ocultar bens ilícitos.
Segundo a PF, a organização criminosa desviou mais de R$ 7 milhões de recursos
públicos do Governo Federal, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Transporte
do Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Também foram desviadas verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e de recursos
destinados ao combate da pandemia de Covid-19.
Além das licitações fraudulentas, a polícia também afirma que houve superfaturamento
de contratos, com extensão para lavagem de dinheiro. Só no período de 2013 a 2016,
uma única empresa de construção civil firmou 15 contratos superfaturados com
a prefeitura de Ibititá, no valor de R$ 11 milhões.
Depois disso, essa empresa repassou parte significativa dos valores para empresas
constituídas em nome de “laranjas” do ex-prefeito. Três empresas do mesmo grupo
familiar dele também foram contratadas irregularmente.
O dinheiro era usado para injetar capital em empresas de fachada controladas pelo
ex-prefeito, pagar as despesas pessoais dele e comprando veículos e imóveis para
“laranjas” vinculados a ele. Em sua publicação na internet, Cafu Barreto não
comentou as acusações da PF.
Fonte: G1/ Bahia - 07/05/2022
0 comentários:
Postar um comentário