quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Possíveis delações do caso “Rei do Lixo” aterrorizam Brasília, diz colunista

 

FOTO:REPRODUÇÃO


As notícias sobre propostas de delação premiada da Polícia Federal ao empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” da Bahia, e a outros presos na Operação Overclean têm aterrorizado alguns gabinetes em Brasília.

A coluna apurou que Marcos Moura prestou depoimento à PF na segunda-feira (16/12), em Salvador, no âmbito da Operação Overclean, que investiga suposto esquema de desvio de recursos públicos e fraudes em licitações.

Durante o depoimento, o delegado da Polícia Federal responsável pela oitiva chegou a ofertar a possibilidade de colaboração para o empresário. O “Rei do Lixo”, no entanto, recusou a oferta inicialmente, segundo aliados.

O empresário foi preso em 10 de dezembro e, desde então, está no Centro de Observação Penal da Penitenciária Lemos Brito. Fontes da PF não descartam, porém, que Marcos Moura venha a mudar de ideia sobre delação premiada.

A avaliação entre os investigadores é de que uma eventual colaboração do “Rei do Lixo” e de outros envolvidos na Operação Overclean teria potencial de tornar a investigação uma espécie de “nova Lava Jato”, atingindo políticos graúdos.

Defesas refutam colaboração nesse momento

Além de Marcos Moura, a PF fez proposta de colaboração ao vereador eleito Francisco Nascimento (União-BA), que também está preso. Francisquinho, como é conhecido, é primo do líder do União Brasil na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA).

A oferta foi feita ao vereador eleito durante depoimento na segunda-feira (16/12). Francisquinho, contudo, também recusou a proposta e se manteve em silêncio durante toda a oitiva, conforme a coluna noticiou mais cedo.

Advogados do vereador eleito e do Rei do Lixo refutam qualquer possibilidade de delação nesse momento. Eles avaliam que a investigação precisa ser completamente conhecida e que o caso ainda é recente para acordos de colaboração.

Prefeitura de Salvador em “pânico”

A prisão de Marcos Moura também provocou pânico na Prefeitura de Salvador, comandada atualmente por Bruno Reis (União Brasil). Membros do alto escalão da gestão Reis se dizem apreensivos e temem que a investigação chegue ao prefeito.

Marcos Moura é dono da MM Consultoria Construções e Serviços, empresa investigada na operação e que possui contratos bilionários com a gestão da capital baiana e com prefeituras administradas pelo União Brasil.

O empresário também tem relação com outros caciques do partido, ao qual ele próprio é filiado. Entre eles, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto e o senador Davi Alcolumbre (AP), provável próximo presidente do Senado.

FONTE: IGOR GADELHA/MILENA TEIXEIRA/METRÓPOLES - 18/12/2024

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