terça-feira, 21 de janeiro de 2025

GO: Garoto descreve ameaças e roubo após suposta relação com deputado federal

 

                                              foto:agência Câmera


A suposta relação entre o deputado federal Professor Alcides (PL-GO) com um adolescente de 16 anos chegou à polícia por causa de uma denúncia de ameaça e roubo de celular. De acordo com inquérito da Polícia Civil de Goiás, três homens ligados ao parlamentar ameaçaram com armas o jovem para que ele entregasse seus telefones. Isso levou o menor e sua mãe a procurarem as autoridades, que prenderam os três suspeitos no final de 2024.

Como mostrou o Metrópoleso jovem gravou vídeos nos quais aparece uma pessoa com as mesmas características físicas do deputado, sem roupas em uma cama, após suposta relação sexual. O inquérito afirma que três homens, identificados como o segurança Karlenilson Oliveira Silva (Leno), o policial militar Carlos Augusto Tavares Costa e o ex-vigilante penitenciário Uelton das Neves Mendes, atuaram para ameaçar e recuperar as provas da suposta relação sexual.








O adolescente narra que, no dia 12 de novembro de 2024, foi procurado por Leno. O segurança teria dito que levaria o jovem ao dentista por ordem do deputado. “Vem buscar o dinheiro que o professor deixou para você”, teria dito o funcionário.

Ao entrar no carro, o jovem foi surpreendido pela presença de outro homem no banco de trás. Em seguida, um outro indivíduo entrou no veículo, apresentando-se como “policial da Rotam” e mostrando a sua arma.

Segundo o depoimento, as ameaças ocorreram desta forma: o policial teria dito que mataria o adolescente e a mãe. (…) Ato contínuo, perguntou “onde estão os vídeos, onde está seu celular, qual a senha do celular?”. O homem no banco do carona mandou o jovem abrir a boca e disse que quebraria todos os dentes dele. O indivíduo sentado ao lado do garoto colocou a arma no pescoço dele e exigiu as senhas. O menino forneceu a senha do iCloud.

O depoimento continua com a descrição do ocorrido: após ameaças e subtração dos aparelhos, o indivíduo que embarcou por último puxou outra arma e determinou que o menino saísse do carro na rua em frente à sua residência. O garoto, então, foi embora correndo para casa.

Os três suspeitos foram presos preventivamente.

De acordo com o inquérito, Leno ainda teria gravado e enviado para a mãe do menino a tela do celular roubado, mostrando as conversas do jovem com outras pessoas. “Pode dar parte.. Tô (sic) com tudo, até você vendendo drogas”, teria dito o segurança. Os aparelhos subtraídos não foram encontrados na operação de busca e apreensão.

Apesar disso, a polícia encontrou material suspeito nos aparelhos eletrônicos dos presos. “Os investigados trocaram mensagens via WhatsApp.” No diálogo ocorrido antes do suposto crime, Carlos questiona Uelton se ele tem uma “peita de riba” para “nós fazer a situação lá”. “Cê tem revólver não?”, perguntou.

Dois dias após o suposto crime, Uelton conversa com “Hudon”. “Te mandar aqui mesmo o que ela [Eleonora] tá mandando fazer com um moleque de 16 anos”. Em seguida, ele encaminha um áudio com voz feminina.

“Tem que passar mais uns dois sustos nesse filho da puta e na mãe dele, tá? É com os meninos tudo, é com arma na cabeça”, diz a gravação interceptada pela polícia. De acordo com o inquérito, trata-se de Eleonora Adjuto e Campos, funcionária do gabinete de Professor Alcides.

Deputado nega relação com o adolescente

Por meio da sua equipe de defesa, o parlamentar negou qualquer envolvimento com o menor. Ele diz que as acusações são “absolutamente falsas” e que é vítima de “perseguição política que, além de evidenciar um caso de homofobia, envolve uma tentativa de extorsão criminosa para atacar sua reputação”.

Sobre as imagens, ele afirma que são “falsas, concebidas a partir de montagens e, provavelmente, Inteligência Artificial”, com a finalidade de atingir a sua honra.

Fonte: AUGUSTO TENÓRIO/METRÓPOLES - 21/01/2025

0 comentários:

Postar um comentário