terça-feira, 17 de novembro de 2020

Em Curitiba: Professora foi a primeira mulher negra eleita vereadora

 

Foto: Joka Madruga/Divulgação/Assessoria
Foto: Joka Madruga/Divulgação/Assessoria

 

A professora Carol Dartora, de 37 anos, será a primeira mulher a representar o povo preto de Curitiba (PR). Em 327 anos das cidade, foi a primeira vez que uma mulher negra foi eleita para ocupar o cargo no Legislativo municipal.

À Folha, a vereadora eleita contou que, mesmo tendo nascido e vivido em Curitiba ao longo dos seus 37 anos, nunca se sentiu representada.

Foi ainda na escola que ela teve o primeiro contato com a violência racial, em especial contra as mulheres. “Eu pensava: ‘Meu Deus, por que nasci aqui e não na Bahia?’”, conta.

Apesar de Curitiba ser a capital do Sul do Brasil com maior número de pessoas autodeclaradas pretas, Dartora aponta que a cidade paranaense ainda é vendida como uma cidade branca, resultado da colonização predominantemente europeia.

É dessa percepção errônea que Carol Dartora tirou a inspiração para começar a ocupar os espaços públicos comuns a homens brancos. Com a ajuda dos pais, militantes do movimento negro, passou do ensino básico à universidade, ao mestrado e, agora, ao doutorado em educação.

Já como professora, reconheceu sua própria história em alunas adolescentes negras e as usou como tema para tese. O debate sobre a invisibilidade da negritude curitibana a levou também para o feminismo, percebendo a falta de representatividade em ambos os caminhos.

Dartora não só foi eleita, como foi a terceira colocada em número de votos: 8.874. Assim, ela ajudou o PT, seu partido, a eleger mais dois representantes, triplicando a bancada na Câmara.

“Eu vou tentar denunciar ao máximo o preço da passagem de ônibus e lutar para que a gente tenha a diminuição do preço. Isso está muito pesado para a classe trabalhadora, ainda mais nesse momento de pandemia, de desemprego na cidade. O combate à violência contra a juventude negra também é uma urgência. Jovens negros morrem todos os dias em Curitiba e isso tem que ser melhor debatido e conversado. A gente tem que criar política para combater isso”, disse a vereadora. Com Folha de S.Paulo e portal G1.

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