quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Europa: Flagrante de aliado em orgia gay enfraquece premier húngaro ultraconservador

 Um aliado próximo de Viktor Orban foi preso em uma orgia gay em pleno confinamento em Bruxelas. A revelação explodiu como uma bomba na Hungria, onde a oposição e a imprensa denunciam a hipocrisia do poder, que ataca a comunidade LGBT. 

(ARQUIVO) Nesta foto de 05 de abril de 2019, o então membro do Parlamento Europeu do Fidesz-KDNP Jozsef Szajer faz um discurso para lançar a campanha do partido de direita antes das eleições para o Parlamento Europeu em Budapeste
© PETER KOHALMI (ARQUIVO) Nesta foto de 05 de abril de 2019, o então membro do Parlamento Europeu do Fidesz-KDNP Jozsef Szajer faz um discurso para lançar a campanha do partido de direita antes das eleições para o Parlamento Europeu em Budapeste

A renúncia do eurodeputado Jozsef Szajer, pilar do partido majoritário Fidesz, pode enfraquecer a situação húngara, enquanto Budapeste está envolvida em um confronto com a UE sobre o Estado de direito. 

Azager admitiu na terça-feira sua participação em uma noitada clandestina em Bruxelas, que a imprensa belga descreveu como uma "orgia", da qual participaram "vinte e cinco homens nus" e "livre de covid", segundo o organizador, violando as normas sanitárias vigentes. 

"Jozsef Szajer tomou a única decisão pertinente", retirando-se e desculpando-se, reagiu laconicamente a delegação do Fidesz no Parlamento Europeu. 

Após um longo silêncio, o primeiro-ministro, Viktor Orban, condenou nesta quarta-feira (2) o que chamou de "um ato inaceitável e indefensável", segundo um tuíte de seu porta-voz, Zoltan Kovacs. 

"O que nosso representante, Jozsef Szajer, fez, não tem justificativa para os valores de nossa família política", acrescentou.

- 'Mentira' -

Embora se recuse a fazer julgamentos de valor sobre assuntos particulares, o site independente Telex afirma que o que é problemático "é a mentira, a desonestidade". O Fidesz, lembra, "ataca as minorias sexuais húngaras, alegando que protege a 'normalidade'". 

"Enquanto ele (Szajer) está se divertindo em uma Bruxelas aberta aos LGBTs, ele torna miserável a vida desta comunidade na Hungria, ao emendar a Constituição", tuitou Szabolcs Panyi, jornalista da mídia investigativa Direkt36. 

A esposa do político, Tunde Hando, de 59 anos, também é membro do Tribunal Constitucional e chefiou o Gabinete Judicial Nacional entre 2012 e 2019. 

Advogado, Szajer gosta de se apresentar como um dos arquitetos da Constituição húngara de 2011, após a volta ao poder do soberanista Viktor Orban. 

O texto inclui particularmente uma cláusula que define "a instituição do casamento como a união entre um homem e uma mulher", visto que o governo defende "valores cristãos". 

Atualmente buscam instituir que "a mãe é mulher e o pai é homem", proíbem a adoção por casais do mesmo sexo e o registro da mudança de sexo no Registro Civil.

- Posição 'debilitada' -

A apreensão de drogas em sua mochila, confirmada pela promotoria, e o descumprimento de medidas restritivas contra a covid-19, afrontam a moralidade defendida por Orban, indignou-se a oposição nesta quarta-feira. 

"Enquanto os políticos do Fidesz nos ensinam sobre o cristianismo e a família, eles levam uma vida completamente diferente", comentou o ex-primeiro-ministro de esquerda Ferenc Gyurcsany. 

"O desaparecimento de Jozsef Szajer", grande conhecedor dos mistérios do Parlamento Europeu, onde ocupava uma cadeira desde 2004, "enfraquecerá a posição de Orban" na próxima cúpula da UE, considera o cientista político Zoltan Lakner, editor do semanário Jelen.

FONTE: AFP /mg-anb/bg/age/mb/jc/mvv

0 comentários:

Postar um comentário