O deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do grupo na Câmara conhecido como Centrão, movimentou ao menos R$ 9,5 milhões em esquema que desviou R$ 254 milhões dos cofres públicos de 2001 a 2007, segundo acusa o MPF (Ministério Público Federal). Lira é o favorito do Planalto para concorrer à presidência da Câmara dos Deputados na eleição a ser realizada em fevereiro.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo, que teve acesso à denúncia, Lira foi o líder de um “grupo criminoso” que incluía funcionários fantasmas na folha de pagamento da Assembleia Legislativa de Alagoas quando ele era deputado estadual.
O esquema, que simulava negociações e empréstimos para justificar a movimentação financeira nas contas pessoais de seus integrantes, teria acontecido enquanto Lira ocupava o cargo de comando do órgão estadual.
De 2003 a 2006, ele foi primeiro-secretário e era responsável por administrar os recursos. A acusação aponta a participação de outros 12 deputados estaduais no esquema.
A operação Taturama, deflagrada pela Polícia Federal em 2007, mostrou que o grupo usou dinheiro para comprar carros e imóveis. A partir desse momento, foram abertos processos cíveis e criminais, mantidos em segredo de Justiça.
Em 2018, a PGR (Procuradoria Geral da República) identificou cheques emitidos pela assembleia, a título de pagamento salarial, que iam parar em contas de pessoas físicas diferentes. Os valores eram, em seguida, transferidos para os deputados ou pessoas relacionadas a eles.
A PGR, então, apresentou denúncia contra Arthur Lira por crimes de peculato e lavagem de dinheiro. A íntegra do documento ainda não tinha vindo a público.
A operação Taturama apreendeu na residência de Lira uma planilha com a relação numérica de 566 cheques, cada um no valor de R$ 2.360,66.
A ex-procuradora geral Raquel Dodge pediu a prisão e a perda da função pública de Lira e pagamento de multa para a devolução de recursos aos cofres públicos.
Além da ação penal, o esquema culminou na condenação de Lira em 2ª Instância na área cível por improbidade administrativa, o que, de acordo com a lei, o impediria de concorrer a deputado estadual em 2018. Mas uma liminar do então vice-presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Celyrio Adamastor, suspendeu a decisão.
No momento, Lira ainda responde a ação na Justiça Estadual.
Na 3ª feira (1.dez.2020), ele foi indicado pelo seu partido para concorrer à presidência da Câmara dos Deputados.
Procurada pela reportagem do Poder360, a assessoria de Arthur Lira não comentou as acusações até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação. Informações do Poder360.
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