(ANSA) - Pelo menos cinco redes europeias de supermercados e uma fabricante de alimentos anunciaram na última quarta-feira (15) que não vão mais vender carne bovina proveniente do Brasil ou produtos ligados à empresa brasileira JBS.
O boicote foi comunicado por causa das recentes denúncias de destruição da Floresta Amazônica e será realizado por seis redes: grupos holandeses Ahold Delhaize (das marcas Delhaize e Albert Heijn) e Lidl Netherlands (que pertence ao grupo alemão Lidl), as redes belga Carrefour Belgium (subsidiária do grupo francês de mesmo nome), francesa Auchan e as britânicas Sainsbury's e Princes Group.
Com a decisão, a Lidl não venderá mais carne com origem na América do Sul a partir do próximo ano, enquanto a Albert Heijn, maior rede de supermercados da Holanda, não comercializará a carne brasileira.
Por sua vez, Delhaize e Carrefour Belgium não vão mais vender salgadinhos de charque e outros produtos da marca Jack Link's, associada à JBS.
Já Sainsbury's disse que pretende eliminar a carne do país da sua marca própria de corned-beef, mas acrescentou que 90% do produto já vem do Reino Unido e da Irlanda.
O boicote foi anunciado após a publicação de uma investigação conduzida pela ONG brasileira "Repórter Brasil", fundada por jornalistas, em colaboração com a Mighty Earth.
O inquérito acusa a JBS, Marfring e Minerva de adquirir reses criadas em áreas desmatadas, dentro de um esquema conhecido como "lavagem de gado". Segundo a ONG, alguns produtos obtidos graças ao desmatamento estão em supermercados europeus em forma de charque, 'corned beef' (um tipo de carne em conserva) ou carne fresca.
"Esses não são compromissos vagos ou anúncios bonitinhos que ficam bem em comunicados de imprensa, mas uma série de ações comerciais concretas adotadas por algumas das maiores redes de supermercado da Europa para parar de comprar e vender carne bovina de uma empresa e de um país que fizeram muitas promessas, mas apresentaram poucos resultados", disse o diretor para a Europa da Mighty Earth, Nico Muzi. (ANSA).
Fonte: ANSA Brasil 17/12/2021
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