quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

DF: Laudo aponta DNA de marido em unhas de médica Sabrina Nominato

Escoriações e costelas quebradas: tratado como suicídio, caso de médica morta no DF deve sofrer reviravoltaArte sobre reprodução

O documento, elaborado em 8 de junho de 2021, só foi divulgado agora. No texto, é descrito que o DNA do personal trainer foi encontrado nas unhas das mãos direita e esquerda de Sabrina. Durante os exames, foram comparados o material genético de André com amostras colhidas nos locais descritos. A investigação ainda é conduzida pela 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).

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Segundo a defesa da médica, a advogada Sofia Coelho, a notícia é “muito boa” para as investigações. “Tivemos uma recente vitória no inquérito. Juntaram o laudo da perícia que foi realizada na unha da Sabrina e, graças a Deus, deu positivo. [A novidade] só converge no sentido de que o casal teve uma discussão e eles chegaram a vias de fato antes da morte de Sabrina. E também converge com aquele arranhão que ele apareceu no pescoço, mas que André deu uma desculpa esfarrapada de que era um casaco“, avalia.

Inicialmente tratado pelas autoridades como suicídio, a investigação ainda é circundada de mistério. Além do laudo divulgado nesta quinta, familiares da cardiologista contam com a assistência de advogados e peritos particulares. Eles juntaram indícios e levantaram dúvidas que reforçam a tese de suposto crime violento, reduzindo a possibilidade de que a cardiologista tenha tirado a própria vida.

A família de Sabrina contratou peritos particulares que produziram laudos sobre o caso e que teriam apontado contradições nos depoimentos prestados pelo personal trainer e ex-marido da médica.

Sabrina foi supostamente encontrada morta pelo então marido na cama do casal, na tarde de 10 de outubro do ano passado, em um condomínio no Altiplano Leste.


A principal contradição apontada em novas análises periciais é em relação ao horário da morte da intensivista. De acordo com a defesa da médica, todos os elementos colhidos durante a realização do primeiro exame cadavérico já demonstravam que Sabrina havia morrido na madrugada de 10 de outubro de 2020 e não após as 8h da manhã, quando o personal saiu de casa.

Álcool e remédios

Os peritos médicos descartaram a morte por uso associado de álcool e antidepressivos. A faixa de alcoolemia estimada para o caso estaria em níveis capazes de causar alterações como ataxia (alteração na marcha), diminuição de reflexos, atividade verbal acelerada e verborragia, porém, distante de níveis que colocassem a vida da médica em risco, ainda mais considerando os relatos de que Sabrina tinha o costume de ingerir bebidas alcoólicas e que tais manifestações variam conforme a “tolerância do paciente”.

O laudo aponta que a ingestão concomitante de álcool com o medicamento Zolpidem não é indicada e é vista como perigosa por aumentar os efeitos colaterais e a tolerância do indivíduo. Essa associação pode diminuir a dose tóxica do remédio. Porém, a redução não acontece quando ocorre a ingestão de uma dose usual de 5 mg a 10 mg, que pode causar depressão cardiorrespiratória e morte.

De acordo com o laudo, teria sido localizada apenas uma caixa do remédio na residência do casal, afastando, assim, a ideia de que Sabrina teria tomado uma dose muito alta do medicamento. “O laudo de local ainda não foi juntado ao inquérito, apesar de já ter sido solicitado algumas vezes para a autoridade policial. Segundo a defesa, o documento poderá esclarecer dúvidas em relação ao ocorrido”, disse a advogada Sofia Coelho.

Relembre o caso

Recheado de perguntas que ainda precisam ser respondidas, o inquérito traz à tona depoimentos que demonstram uma relação supostamente abusiva entre Sabrina e o marido. Casados há seis anos, os dois viviam em uma propriedade alugada, no condomínio Mini Chácaras, no Altiplano Leste.

Sabrina estava de bruços, com o rosto contra um dos travesseiros, em uma posição que provoca asfixia. Roxa e com o corpo enrijecido, estava coberta e já sem vida. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros foi acionada pelo personal trainer. Logo em seguida, a equipe de socorristas confirmou o óbito. A Polícia Civil foi chamada pelo porteiro do condomínio somente por volta das 16h.

Fonte:Na Mira/Metrópoles - 03/02/2022

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