O grupo Anonymous revelou em sua conta do Twitter que é Luciano Martins de Souza o nome do dono do quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde ocorreu o assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe. De acordo com o perfil, Luciano seria o autor, com mais quatro pessoas do assassinato de Moïse a pauladas, na segunda-feira (24), após cobrar pagamento de dois dias de serviço.
“O nome que a mídia e a polícia do Rio de Janeiro estão protegendo é Luciano Martins de Souza. Homem autor com mais quatro pessoas do assassinato do refugiado congolês, Moïse Mugenyi, após cobrar pagamento de dois dias de serviço no quiosque Tropicália, posto 8, Barra da Tijuca”, afirma o perfil.
O Anonymous revela ainda que Luciano “responde por uma ação trabalhista, devendo R$ 32 mil para um antigo funcionário. De acordo com informações encontradas no sistema, ele teria concordado em pagar R$ 20 mil pela dívida. Agora, a questão é entender porque está sendo blindado pelo estado. Atividades milicianas”.
“Alerta: após publicação do nome do proprietário do quiosque, os milicianos removeram o nome dele do cadastro nacional de CNPJ e colocaram o nome de um laranja. Este homem não foi preso. A polícia já sabe quem é. As milícias do Rio de Janeiro agindo e até agora nada aconteceu”, revela ainda o Anonymous.
O grupo afirma também que “a polícia teve acesso às filmagens dos circuitos de segurança da área. A maneira como estão alterando dados no sistema indica que há ajuda interna. Um email apenas é usado para inúmeros quiosques, mas são em CNPJs diferentes. Indícios e mais indícios de crime organizado atuando”.
Quiosque Tropicália
Moïse foi espancado na última segunda-feira (24), até a morte com pedaços de pau por um grupo de cinco homens na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. A Delegacia de Homicídios da Capital investiga o caso.
Renato Souza, repórter de polícia do R7, afirma que o rapaz teve os pés e mãos amarrados. Até agora, ninguém foi preso. Moise veio ao Brasil com a família em 2014, para fugir da fome e da guerra no Congo.
Imagens são analisadas
A Polícia Civil afirma que as imagens estão sendo analisadas para identificar os responsáveis pelo homicídio.
“As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital. A perícia foi realizada no local e imagens de câmeras de segurança foram analisadas. Diligências estão em curso para identificar os autores”, diz a Polícia Civil.
Racismo estrutural
Na carta aberta, a comunidade congolesa cobrou justiça para Moise e punição para os responsáveis pelo quiosque. “Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileira, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar”, diz o texto.
O UOL informa que não conseguiu contato com o quiosque Tropicália. A página do estabelecimento no Facebook foi excluída, enquanto o perfil no Instagram foi fechado.
Fonte: Revista Fórum - 01/02/2022
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