O Assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, tenta convencer o presidente Jair Bolsonaro a emendar uma visita à Ucrânia após a viagem à Rússia, em meados de fevereiro.
Cada vez mais sem influência na agenda internacional de Bolsonaro, Martins pediu a ajuda de ministros militares e outros assessores para convencer o presidente a ir a Kiev, capital ucraniana, após visita a Moscou.
A informação foi comunicada pelo próprio assessor a diplomatas da embaixada da Ucrânia em Brasília, os quais, em entrevistas aos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo nos últimos dias, pediram que Bolsonaro também vá ao país.
O argumento é que a visita dupla demonstraria que o Brasil não está tomando partido na disputa entre Ucrânia e Rússia, que vivem uma tensão na fronteira entre os dois países.
Até agora, porém, Bolsonaro só confirmou ida à Rússia, onde encontrará o presidente russo, Vladimir Putin. A previsão é que a viagem aconteça entre os dias 14 e 17 de fevereiro.
Também há resistências à posição do assessor palaciano no Ministério das Relações Exteriores. Diplomatas brasileiros ouvidos pela coluna disseram não ver motivos para uma visita à Ucrânia neste momento.
Apesar disso, como a coluna noticiou , o Itamaraty orientou o presidente brasileiro a não dar declarações de apoio a nenhuma das duas nações. Bolsonaro, até agora, parece obedecer.
Em entrevista à TV Record nessa segunda-feira (31/1), o presidente disse esperar que a tensão entre Rússia e Ucrânia se resolva “com tranquilidade e harmonia” e que não tocará nesse tema na viagem a Moscou.
“Se esse assunto vier à pauta, será pelo presidente russo, não pela nossa parte. Queremos é cada vez mais integrar com o mundo todo na relação comercial, e poder colaborar, no que for possível, para a paz mundial”, disse.
Procurado pela coluna, Filipe Martins não quis comentar. Informações de Igor Gardelha no dia 01/02/2022
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