sexta-feira, 29 de abril de 2022

Opinião: Líderes evangélicos são co-autores do desgoverno de Bolsonaro


Nas escrituras sagradas, encontramos no velho testamento os profetas escolhidos por Deus para guiar o povo de Israel, e em vários momentos do ministério destes homens, denunciaram na frente dos Reis os seus erros perante a condução da nação, arriscando muitas vezes suas vidas ao falar a verdade.

No Novo Testamento, o próprio Cristo bateu de frente com os líderes religiosos, denunciou o farisaísmo em que viviam e a imposição ao povo de medidas que eles mesmos não cumpriam. “Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los”. Matheus23.4NVI.

No Brasil de Bolsonaro, na pluralidade das religiões, vários líderes de denominações evangélicas, inclusive algumas históricas, desde a campanha presidencial de 2018, mergulharam de cabeça num discurso sobre ‘pautas conservadoras’ apresentado pelo então candidato, talvez por ter o sobrenome de ‘Messias’,  esquecendo-se totalmente que a separação de Estado e Religião no Brasil é um princípio basilar, visto que o Estado brasileiro é laico desde a Constituição de 1891, e a atual Constituição Federal de 1988 consagra essa separação no art. 19[14].

Em três anos e quatro meses de mandato, o governo recebeu integralmente o apoio da chamada “bancada evangélica” no congresso, e dos seus conselheiros religiosos, líderes de ministérios, que devem milhões à União.

No inicio de março, o presidente, para demostrar força num ano eleitoral junto a esse segmento num evento no Alvorada, afirmou: “Seria muito fácil estar do outro lado. Mas, como eu acredito em Deus, se fosse para estar do outro lado, nós não seríamos escolhidos. Eu falo ‘nós’ porque a responsabilidade é de todos nós. Eu dirijo a nação para o lado que os senhores assim o desejarem”. Já o líder da bancada na Câmera, o dep. Sóstenes Cavalcanti (UB) do Rio de Janeiro emendou: “Evangélicos se sentiram representados nas falas de Bolsonaro”. Diante das afirmações, são evidenciados a famigerada reforma da previdência, a condução econômica com a volta da inflação, que tem causado danos extremos à população - principalmente entre os mais pobres -, a entrega do patrimônio do país, a facilitação de acesso dos brasileiros às armas de fogo, o aumento do desemprego, os cortes de investimento na educação em todos os níveis, o desprezo ao meio ambiente, à cultura, e a incompetência, o negacionismo, e omissão no gerenciamento da pandemia da Covid-19, que custaram milhares de vidas brasileiras, e completando a lista, o isolamento do país perante a comunidade internacional. Ou seja, o governo ruim do atual mandatário da nação tem a benção desse segmento.

E como o presidente gosta muito de citar o capítulo 8 e versículo 32 do evangelho de João, juntamente com os fiéis líderes evangélicos, mas, não citam no mesmo evangelho, em 8:44, o que Cristo diz sobre aqueles que mentem deliberamente, quanto mais para uma nação.


Jorge Luiz

Pedagogo

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