Com estreia prevista para o dia 14 de abril, o filme "Medida Provisória", de 2020, enfrentou um longo imbróglio com a Agência Nacional do Cinema (Ancine) para finalmente ser exibido no Brasil. Durante entrevista coletiva em Salvador, o ator Lázaro Ramos, diretor do longa, explicou que a liberação só ocorreu após a imprensa apontar censura por parte do órgão federal.
"O filme foi feito da maneira mais responsável que se tem que fazer um filme. As questões financeiras estavam todas bem e não se tinha o porquê de não liberar. A gente precisava apenas de uma assinatura para trocar de uma distribuidora por outra, mas essa assinatura demorou mais de um ano. Ela veio em uma sexta-feira, às 18h30 da tarde, um dia em que Brasília trabalha muito, depois da imprensa publicar da suspeita de censura. A censura se faz também através da burocracia", declarou o baiano.
Segundo a produtora Claudia Bejarano, todo o processo foi "bem trabalhoso". "Temos vários membros nos contratos... e é um cuidado, porque da mesma forma que o filme teve um investimento público, a gente também precisava ter um cuidado ao dizer para eles que o dinheiro é bem-vindo e bem trabalhado. Então foi uma costura jurídica para que nós não sofrêssemos uma censura lavada. Ela foi [uma censura] deslavada".
Enquanto ganhava prêmios pelo mundo, o longa de Lázaro Ramos encontrou dificuldades com a liberação de distribuição nos cinemas brasileiros. A primeira exibição no país aconteceu em 2021, no Festival do Rio, apesar de aguardarem um retorno conclusivo da agência desde novembro de 2020.
Preste a lançar o “Medida Provisória” em todo o Brasil, Lázaro ainda falou, exclusivamente ao Bahia Notícias, sobre o sentimento de estar lançando o filme após esse impasse: “É uma sensação de vitória, celebração e de justiça também, porque na verdade o filme é fruto do trabalho de muita gente, profissionais do audiovisual brasileiro talentosos e dedicados, uma história importante que foi vista pelo mundo e que não era nem justo ela não ser vista no Brasil na velocidade em que os filmes precisam ser vistos. [...] Isso significa que o país tem muitas vozes e que elas merecem ser respeitadas”.
Fonte:por Erem Carla / Antônia Fernanda / Alexandre Brochado/BN 06/04/2022
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