Os crimes ocorreram na cidade de Paulo Afonso - foto:reprodução/G1/Globo
As provas de que processos forjados de alto valor eram direcionados para a vara controlada por integrantes do esquema desarticulado pela Operação Inventário foram determinantes para prisão do juiz aposentado Rosalino dos Santos Almeida, que atuou por décadas na Comarca de Paulo Afonso.
O magistrado foi um dos oito alvos da terceira fase da Inventário, deflagrada nesta terça-feira (7) pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP) contra uma organização criminosa acusada de cometer fraudes milionárias em ações judiciais. Segundo apurou a coluna, as investigações coordenadas pelo MP descobriram que o sistema de distribuição processual do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) foi manipulado para favorecer o esquema.
As ações baseadas em inventários forjados em benefício de falsos herdeiros tinham Rosalino Almeida como único destinatário. A ele, cabia o papel de expedir alvarás para liberar grandes somas retidas em contas bancárias. Em seguida, os valores eram divididos entre o juiz e demais membros da organização, através de mecanismos de lavagem de dinheiro.
Especialmente, transferências e compras de bens de luxo e imóveis, inclusive nos Estados Unidos, realizadas por operadores financeiros do esquema em nome de “laranjas”. Além do magistrado, servidores da Justiça, funcionários de cartórios e advogados também participavam diretamente das fraudes investigadas pelo MP na nova etapa da Inventário, batizada de Operação Turandot.
Fonte: Jairo Costa Junior/Correio da Bahia 08/06/2022
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