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Uma das filhas de Mauro Cid foi flagrada em um áudio de novembro, em que conversa com um amigo sobre a possibilidade de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que havia vencido a eleição. Na conversa, a moça afirma que a alternativa viável seria a “intervenção federal”.
A filha de Cid encaminha mensagem em que citava cenários possíveis para evitar a posse de Lula. O “artigo 142” e a “intervenção militar”, segundo a filha de Cid, não atenderiam à necessidade formal para manter Bolsonaro no poder. Já a “intervenção federal” contemplaria plenamente a expectativa.
A seguir, ela explica o que é o artigo 142:
“Não (é o artigo 142). É… é intervenção federal. Que é onde os militares não entram no governo. Eles só tomam as ruas. Aí o presidente vai permanecer, então, no caso, o Bolsonaro. E é isso. Amém. Aí tudo fica tranquilo.”
A filha de Cid, que é menor de idade e não é investigada no caso, justifica a alternativa:
“Outra coisa que vejo muitas pessoas falando é o artigo 142. É que, tipo assim, o artigo 142 não tem como colocar em prática. Só se acontecer uma desordem, entendeu? Só que foi a democracia. Foi voto, entendeu? Então nem tem como colocar isso em prática”.
O jovem, então, gosta da ideia de intervenção federal. “Entendi. Esse seria ótimo.” E a filha de Cid prossegue: “Sim”.
Em outro áudio, a filha de Cid quase conta que seu pai era ajudante de ordens de Bolsonaro.
“É que, tipo assim, como que vou te explicar? O meu… uma pessoa que, tipo assim, trabalha muito próximo, tem um cargo nesse meio político e tá sempre do lado do Bolsonaro. E aí essa pessoa fala aqui para a gente de casa.
E aí ele falou que ultimamente, nessa eleição, ele (Bolsonaro) ficou muito mal, ficou muito mal, ele só ficou deitado na cama. Até porque ele dá a vida pelo Brasil. Quase perdeu a vida no caso. Sério… enfim.”
Fraude nas urnas
Os dois ainda conversam sobre fraude nas urnas e a filha de Cid diz não acreditar:
“O que achei estranho foi que só o Lula subia. O Bolsonaro não subia nem um pouco, entendeu? Chegou uma hora que só o Lula subia. Sei lá… também não sei esse negócio de fraude… eu já tava com medo. Mas me surpreendeu.”
Os áudios, obtidos pela coluna de Paulo Capelli, fazem parte da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no fim da gestão Bolsonaro. A filha de Cid tem 15 anos e, portanto, a coluna optou por preservar a voz da jovem.
“Nem Lula nem Bolsonaro”
Em outra troca de mensagens, já sobre o 8 de Janeiro, desta vez com uma amiga, a filha de Cid comenta:
“Eu estou com nojo. Sério. Repensando tudo”.
A interlocutora, então, prossegue:
“Essas pessoas extremistas só pensam no próprio umbigo!! Todo mundo teve direito de votar. Se um lado venceu, tem que respeitar!! O Lula NÃO é o melhor candidato, mas fazer isso não vai mudar NADA”.
E a filha de Mauro Cid conclui:
“Simm! Acho que Lula nem Bolsonaro deviam ser presidentes”.
Fonte: Revista Fórum - 13/09/2023
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