fonte:Twitter Carlos Bolsonaro
BRASÍLIA - O Banco do Brasil decidiu retirar o veto ao site "Jornal da Cidade Online" para receber publicidade do banco, após o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ter criticado o bloqueio.
A área de marketing e comunicação do BB, cujo gerente é Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente Hamilton Mourão, considerou exagerado o bloqueio e retomou a permissão para que o site, alinhado à direita conservadora, receba publicidade do banco ontem mesmo. A decisão, no entanto, não foi divulgada.
O presidente do BB, Rubem Novaes, disse ao Estadão que não concordou com a restrição e que o site não deveria ser punido.
Como mostrou o Estadão, na quarta-feira, Carlos Bolsonaro criticou a atitude da área de comunicação que disse que vetaria anúncios no site. “Marketing do @BancodoBrasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas. Não falarei nada pois dirão que estou atrapalhando... agora é você ligar os pontinhos mais uma vez e eu apanhar de novo, com muito orgulho! Obs: não conheço ninguém do @JornalDaCidadeO”, escreveu o filho do presidente no Twitter.
O banco foi informado de que estava monetizando o site pelo Sleeping Giants Brasil. Trata-se de um perfil no Twitter que alerta empresas quando suas publicidades estão em sites com conteúdo racista ou de fake news. Nesse caso, o perfil comunicou o banco pela rede social de que sua publicidade estava numa página conhecida por espalhar fake news e, ainda, que é contra o isolamento social para combater a pandemia do novo coronavírus.
O Jornal da Cidade Online publicou ao menos oito textos que foram desmentidos pelo Estadão Verifica, incluindo artigo que manipulou dados de pesquisas de opinião para fazer parecer que aprovação de Bolsonaro tinha aumentado entre janeiro a novembro do ano passado e esconder que a desaprovação do governo havia crescido de forma significativa.
Há, também, texto com informação falsa sobre a entrega de ‘códigos de segurança’ da urna eletrônica a venezuelanos e, em maio deste ano, uma peça de desinformação omitiu trecho da fala do governador de Nova York, Andrew Cuoco, sobre a queda do índice de novas infecções no Estado para destacar dados de pesquisa que ‘provariam’ a falha do lockdown em Nova York.
O site foi condenado neste mês a indenizar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, pela publicação de reportagens consideradas ofensivas. Os donos do site tiveram de retirar os textos do ar e ainda publicar a íntegra da sentença, além de uma retratação, em até 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1,5 mil.
O site AosFatos também revelou, em julho do ano passado, que o Jornal da Cidade Online possuía dois perfis apócrifos que atacavam políticos e magistrados. Os ‘colunistas’ Amanda Acosta e Otto Dantas usavam fotos alteradas da escritora Thalita Rebouças e de um homem, cuja foto original consta em um banco de imagens.
Em nota, o editor do Jornal da Cidade Online afirma que a escolha do site para veicular o anúncio deriva do ‘considerável número de acessos’ no Estado.
“Quanto as verificações realizadas pelo Estadão, é evidente que jamais se tratou de ‘fake news’, foram matérias que, de acordo com as agências verificadoras continham algumas imprecisões. Tanto é que foram prontamente corrigidas e as marcações retiradas. Nesse sentido, vale lembrar que qualquer veículo de comunicação pode errar ou cometer algum deslize, inclusive o Estadão“.
Sobre a reportagem do site AosFatos que aponta o uso de perfis apócrifos para atacar magistrados, o Jornal da Cidade Online afirmou que se trata de publicações ‘mentirosas, difamatórias e caluniosas’. “Dizer que o jornal fez uso de perfis apócrifos para textos escritos com a utilização de pseudônimo é uma aberração. O JCO é um empresa contituída (sic), com sede e CNPJ. Tem um jornalista responsável como editor e que responde por tudo que é publicado”, disse.
fonte:Estadão 21/05/2020 -23h:06min.
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