terça-feira, 28 de setembro de 2021

Advogada dos médicos liga Prevent com “gabinete paralelo” e interesse da Economia

Bruna Morato presta depoimento à CPIEdilson Rodrigues/Agência Senado

 A advogada Bruna Morato, representantes de ex-médicos da Prevent Senior, afirmou, nesta terça-feira (28/9), que direção da operadora de saúde buscou aproximação com o chamado “gabinete paralelo”, suposto grupo de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia da Covid-19.

Bruna Morato disse que seus clientes relataram haver preocupação da diretoria executiva da Prevent Senior em se aproximar do Ministério da Saúde, após críticas do então ministro Luiz Henrique Mandetta.

“Pedro Batista tentou se aproximar do Ministério da Saúde por causa das críticas do ministro Henrique Mandetta, com a proliferação do vírus na empresa. Nessa tentativa, ele buscou um médico que era primo ou sobrinho do Mandetta. Essa aproximação não teria dado certo”, relatou a advogada à CPI da Covid-19.

“De modo que ele [Pedro Batista] tentou se aproximar de supostos assessores que estariam orientando o governo federal, esses assessores estariam alinhados com o interesses do Ministério da Economia”, acrescentou.

Bruna Morato, todavia, destacou que em momento algum ouviu o nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, mas que a ideia do gabinete era alinhado aos interesses do Ministério da Economia no sentido de não deixar o país parar. “Existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo”, afirmou ela, acrescentando que a solução seria a “hidrocloroquina”.

A advogada citou os nomes dos médicos Anthony Wong, Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto, que fariam parte deste grupo. “A Prevent Senior iria entrar para colaborar com essas pessoas, que chamamos na denúncia como ‘pacto’”, disse.

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Os profissionais de saúde representados por Bruna Morato elaboraram um dossiê entregue à comissão com denúncias de uso indiscriminado, nos hospitais da empresa, de medicamentos — como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina — sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19.


empresa, conforme revelou o Metrópoles, adotou o protocolo de administrar esses fármacos e passou dados para acompanhamento do governo federal. O padrão de uso foi desenvolvido com a ajuda de ao menos um membro do “gabinete paralelo”, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.

Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que aplicassem as drogas em pacientes sem o conhecimento deles ou dos familiares, e até do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.

Outra acusação que pesa sobre a empresa é a de alterar atestados de óbitos para ocultar morte de pacientes por Covid-19, com orientação para os médicos mudarem os prontuários.

Fonte: Metrópoles - 28/09/2021 13h:30min.

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