Candidatos apresentaram denúncia contra o processo seletivo para a contratação de enfermeiro-auditor no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). Segundo os concorrentes, a primeira classificada, Ana Cecília Moura Silva Costa, seria amiga da chefe do Núcleo de Faturamento da unidade de saúde e responsável pela seleção, Iane Bernardo Diniz.
Realizado em outubro de 2021, o processo seletivo teve duas etapas, passando por análise de currículos e entrevistas. Na avaliação curricular, Ana Cecília ficou apenas na 27ª posição, entre 51 aprovados. No entanto, após a entrevista, subiu para a 1ª posição.
Segundo o edital, a remuneração bruta é R$ 4,4 mil, sem contar benefícios. O Metrópoles conversou com candidatos. Os nomes das pessoas serão mantidos em sigilo. “Estranhei a entrevista. A conversa teve apenas 5 minutos. Não tive tempo para demonstrar minha capacidade”, relatou um concorrente.
“Não me perguntaram nada sobre auditoria”
“Eu tenho experiência com auditoria. E os entrevistadores não me perguntaram nada sobre auditoria. Não me fizeram questionamentos que justificassem a perda de pontos”, comentou outro participante da seleção. E, novamente, a entrevista teria durado 5 minutos.
Concorrentes descobriram a suposta proximidade entre Ana Cecília e Iane nas redes sociais. Nos perfis virtuais de ambas há fotos das duas em diferentes eventos sociais. As imagens mostram momentos de festa e descontração e sugerem uma amizade íntima.
Diante da situação, alguns dos aspirantes ao cargo apresentaram denúncias na Ouvidoria do Governo do Distrito Federal (GDF) e no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pela gestão do HRSM. Até o começo da tarde de segunda-feira (06/12), não haviam recebido qualquer indicativo de resposta.
Outro lado
A reportagem não localizou Iane e Ana Cecília para comentarem o caso. Já o Iges-DF respondeu as acusações dos candidatos por meio de nota e negou qualquer irregularidade no processo de escolha do novo enfermeiro-auditor do Hospital Regional de Santa Maria. Leia a nota na íntegra:
“O Iges-DF esclarece que todos os processos de seleção de pessoas são realizados com total transparência, entre eles, a seleção realizada para o cargo de enfermeiro-auditor, que teve todas as etapas publicadas no site do Iges-DF para que qualquer cidadão possa acompanhar.
Sobre a seleção específica, ela ocorreu dentro da legalidade e conforme o Manual de Gestão de Pessoas do Iges. Ao todo, 51 candidatos foram aprovados na análise curricular. Na fase seguinte de entrevista, 19 candidatos não compareceram, reduzindo para 32 concorrentes, o que elevou a posição principalmente de quem estava nas últimas colocações.
Na fase de entrevista, a duração máxima é de 15 minutos, tempo que varia de acordo com o tamanho das respostas de cada candidato. Ainda nessa etapa, conforme ocorre de praxe, quando o gestor participante da banca avaliadora conhece o candidato, é realizada a substituição por outro gestor da área, conduta registrada em documento interno e assinado com a ciência dos gestores. Foi isso que aconteceu no caso da Iane Bernardo Diniz, que se retirou no momento da entrevista com Ana Cecilia Moura Silva Costa e foi substituída por outro avaliador.
Sobre a nota, na análise curricular a pontuação depende da comprovação dos requisitos obrigatórios/desejáveis. Já na entrevista, o foco fica nas competências conceituais, em que se avalia conhecimento e domínio dos conceitos e metodologias na execução da técnica.
Havendo, então, a possibilidade de um candidato com a posição 27º na análise curricular destacar-se na etapa de entrevista, alcançando a pontuação maior do que os demais candidatos, considerando também que a classificação em cada etapa não considera notas de etapas anteriores, dessa forma, todas as pontuações são consideradas somente no Resultado Final do processo.
Ressaltamos ainda que a subida de posição não foi caso exclusivo da candidata supramencionada na seleção, conforme documentação encaminhada a este veículo de comunicação“.
Fonte:Metrópoles - 07/12/2021
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