O Tribunal de Contas do Estado (TCE) também passa um pente fino nos contratos.
Além da apuração do Ministério Público, Feder é cobrado a prestar esclarecimentos
à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o que ele tem ignorado
sistematicamente. No dia 10 de maio, a assessoria do presidente da Alesp,
deputado André do Prado (PL), enviou o primeiro ofício solicitando uma
explicação de Feder sobre os contratos. Seguiram-se outros dois, nos dias
14 de junho e 31 de julho e, até agora, segundo a Alesp, o secretário não
prestou as informações.
Livros
Nesta semana, outra investigação foi aberta pelo Ministério Público Estadual tendo
o secretário como alvo, conforme revelou o Estadão. Trata-se de um inquérito
civil para verificar a decisão do governo Tarcísio de dispensar livros didáticos
nas escolas estaduais para usar apenas material digital. A promotoria
estipulou prazo de dez dias para a secretaria mostrar as “justificativas pedagógicas
e financeiras” para recusar as obras do Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD), em que o Ministério da Educação compra e distribui gratuitamente
aos colégios públicos de todo País.
A estratégia do governo de São Paulo atualmente é a de aulas organizadas em
Power Point, com cerca de 20 slides, que são passados pelo professor em
sala de aula. “Não é um livro didático digital. É um material mais assertivo,
com figuras, jogos, imagens 3D, exercícios. Ele pode clicar em links, abrir vídeos,
navegar por um museu”, explicou o secretário em entrevista.
Feder também justificou a decisão por considerar os livros do PNLD “superficiais”.
Segundo o pedido da promotora Fernanda Peixoto Cassiano, a “adoção de
material didático exclusivamente digital dificulta o acesso de alunos sem suporte
de equipamentos tecnológicos” nas escolas e em casa, o que coloca em risco
a obrigação constitucional e legal do Estado de fornecer material didático.
A decisão de Feder pode “configurar tratamento desigual entre os estudantes”.
COM A PALAVRA
O Estadão procurou a assessoria do secretário. Perguntou se ele já havia se
manifestado nas apurações do MPE e se já havia respondido ao requerimento
da Assembleia. E, se fosse o caso, qual seria o conteúdo das manifestações.
O secretário respondeu por meio de sua assessoria, que enviou esclarecimentos
ao Ministério Público. Na resposta, ele afirmou que o Estatuto do
Funcionalismo Público de São Paulo não veda que funcionário sejam
acionista de empresas que mantenham contrato com o Estado.
Também informou à Procuradoria Geral que as aquisições feita pela Pasta
nos contratos com a Multilaser obedeceram a critérios técnicos e foram
referendadas pela assessoria técnico-jurídica da secretaria. Por fim, Feder
afirmou que assumia compromisso com a procuradoria de não realizar
novos contratos da pasta com a Multilaser enquanto dirigir a secretaria.
De acordo coma resposta enviada por Feder ao Ministério público,
o Estatuto do Funcionalismo Público de São Paulo não veda que funcionários
sejam acionista de empresas que mantenham contrato com o Estado,
o que seria o seu caso. Ele também informou à Procuradoria Geral que
as aquisições feita pela Pasta nos contratos com a Multilaser obedeceram
a critérios técnicos e foram referendadas pela assessoria técnico-jurídica
da secretaria. Por fim, Feder afirmou que assumia compromisso com
a procuradoria de não realizar novos contratos da pasta com a Multilaser
enquanto dirigir a secretaria.
fonte: O ESTADÃO - 05/08/2023
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