Os corpos estavam neste carro-foto:Luiz Tito/ag.atardeLuís Eugênio Teixeira Santos e Maria das Graças Costa Veiga foram encontrados mortos, na manhã desta quinta-feira (29), dentro de um carro no estacionamento do Corpo de Bombeiros, no Centro Industrial Subaé, em Feira de Santana (a 108 km de Salvador), e o coordenador de habilitação, sargento Amarildo Araújo de Novaes morreu no Hospital Regional Clériston Andrade. Os três eram funcionários da 3ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), alvo de força-tarefa criada pela Detran-BA há 26 dias para investigar denúncias de fraudes praticadas no órgão.
Um policial do Grupamento do Corpo de Bombeiros, situado em frente ao local do crime, disse que viu quando o sargento Amarildo Araújo de Novaes atirou nos dois colegas e depois se suicidou.
“O sargento chegou com Maria das Graças, desceu do Golf, placa JPU-4791, e entrou no Cerato, placa NYQ-8396, onde Luiz Eugênio os esperava há cerca de 20 minutos. Em seguida, ouvi alguns tiros e vi quando ele colocou a arma na cabeça, disparou e caiu”, detalhou o bombeiro, que não quis se identificar.
Maria das Graças e Luiz Eugênio foram encontrados mortos dentro do carro: ela no banco traseiro e ele no do motorista. Novaes foi levado ao hospital, por uma equipe do Samu, mas não resistiu.
Um familiar de Maria das Graças, que não se identificou, contou que ela estava em casa quando recebeu um telefonema do sargento. “Ela disse que Novaes a teria convocado para uma reunião com Luiz Eugênio; ele (o sargento) planejou tudo”, supôs. E continuou: “Ela não merecia isso, passou o Natal sorrindo, brincando, não deixou transparecer que estivesse em apuros, mesmo com essa força-tarefa no trabalho”, completou inconformado.
Causa - A polícia ainda está investigando o motivo das mortes, mas a ligação com as denúncias de fraudes na 3ª Ciretran não está descartada, pois a força-tarefa, composta por dez servidores, já constatou irregularidades como facilidade proporcionada por funcionários na aquisição da 1ª habilitação e liberação de veículos em situação irregular.
“Não podemos descartar a hipótese de o crime ter envolvimento com a sindicância que está sendo realizada, isso não deixa de ser uma linha de investigação”, disse o delegado Euvado Costa, plantonista do Núcleo de Homicídios. Segundo ele, que acompanhou os peritos do DPT durante o levantamento cadavérico, havia no local sete cápsulas, uma pistola 380 com o pente contendo nove balas. “Provavelmente, é essa a arma do crime”, disse.
Tristeza - Nos corredores e pátio da 3ª Ciretran, o clima era de tristeza: Luiz Eugênio e Maria das Graças trabalhavam no local há mais de 30 anos, embora ela tenha sido remanejada recentemente para o setor de exames de provas de rua – o mesmo de Luiz Eugênio e um dos alvos de denúncia.
Segundo colegas, o sargento, que completaria 57 anos hoje, trabalhava há cerca de cinco anos no local e, recentemente, foi exonerado, mas a decisão foi revista e ele retornou. Mas nem o coordenador da unidade informou os motivos a exoneração.
Fonte: Luiz Tito da agência atarde-sucursal de feira de Santna/reprodução
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