sexta-feira, 22 de abril de 2022

Mundo: Macron retuíta apoio de Lula para o 2º turno da eleição francesa

                                             foto:reprodução
O presidente francês, Emmanuel Macron, celebrou o apoio do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de publicações em uma rede social nesta quinta-feira (21). Na reta final para o segundo turno da eleição presidencial francesa, Macron – que concorre à reeleição contra a candidata da extrema direita Marine Le Pen – retuitou a sequência de mensagens postadas por Lula em francês.

Em seus posts, Lula convocou os eleitores a "derrotarem a extrema direita" no domingo (24) e considerou que Macron é aquele que "melhor encarna os valores democráticos e humanistas". O líder de esquerda publicou: "É fundamental derrotar a extrema direita e sua mensagem de ódio e preconceito. Isso é o que os democratas de diferentes matizes de todo o mundo desejam e esperam".

A versão em francês da série de tweets, publicados na conta oficial de Lula, foi retuitada pela conta da campanha do candidato, Ensemble Avec Emmanuel Macron.

No primeiro turno do pleito francês, o petista havia apoiado Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido França Insubmissa, de esquerda radical. Agora, o ex-chefe de Estado brasileiro (2003-2010) avaliou que "o futuro da democracia está em jogo na Europa e no mundo", em referência a uma eventual vitória de Le Pen no segundo turno. O impacto das eleições na França "vai muito além de suas fronteiras", insistiu.

Lula foi recebido; Bolsonaro, não

Em novembro passado, o petista esteve em Paris para participar de eventos e foi recebido no Palácio do Eliseu pelo chefe de Estado francês, com ares de presidente em exercício. A relação entre Macron e o atual líder do Brasil, Jair Bolsonaro, nunca foi boa e, em 2019, culminou com uma discussão pública, por meio de comentários à imprensa ou nas redes sociais. As desavenças extravasaram após a divulgação de dados sobre o aumento do desmatamento da Amazônia – Macron criticou Bolsonaro pela destruição do que considera um “patrimônio da humanidade”, ao que Bolsonaro chegou a responder com insinuações desrespeitosas em relação à primeira-dama francesa, Brigitte Macron.

Desde então, França e o Brasil – dois países conhecidos pelos fortes laços culturais e econômicos – mantêm relações distanciadas. A França é um dos países que mais levam investimentos diretos ao Brasil.

Em entrevista à RFI no começo da semana, o diretor de pesquisas do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris) de Paris Christophe Ventura, especialista em geopolítica da América Latina, avaliou que Brasília e Paris só voltarão a se reaproximar se Macron for reeleito na França e, em outubro, Lula vencer a eleição brasileira e retornar ao Planalto.

"É evidente que se o Lula voltar à presidência do Brasil, a França será um dos primeiros países a convidá-lo oficialmente”, aposta o especialista francês. "Se Macron for reeleito, ele terá um grande interesse em termos de imagem, de posicionamento político, de mostrar que ele tem as melhores relações possíveis com o maior líder da esquerda latino-americana, já que na França ele se esforça para manter a imagem de que governa entre a esquerda e a direita – embora, na prática, ele seja cada vez mais de direita. Portanto, para ele, vai ser interessante poder se mostrar ao lado de Lula”, analisou o pesquisador.

Apoio internacional

Os primeiros-ministros da Alemanha, Espanha e Portugal também pediram aos franceses nesta quinta-feira que votem no "candidato democrata" nas eleições presidenciais, referindo-se a Macron.

De acordo com as últimas pesquisas, o atual presidente alcançaria sua reeleição com até 15 pontos de diferença sobre Le Pen.

Fonte: RFI - Com informações da AFP - 22/04/2022 - 12h:17

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