Foto: Divulgação
O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, instaurou uma reclamação disciplinar contra a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) por fazer publicações em “tom depreciativo” sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e da Justiça Eleitoral.
Segundo o corregedor, o objetivo é apurar se a conduta da magistrada nas redes sociais é incompatível com seus deveres funcionais. A juíza também teria feito postagens com “aparente tentativa de auxiliar” o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos a “subtrair-se” de ordem da Corte máxima.
O despacho também faz referência a um post em que a magistrada “aparentemente menospreza o cargo que ocupa”, e por ter participado de um congresso com “conotação aparentemente política”. No Twitter, a juíza tem mais de 300 mil seguidores. Ela deverá apresentar a defesa em 15 dias.
Cópia do procedimento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, pelo possível envolvimento da juíza com o blogueiro Allan dos Santos, investigado no inquérito das milícias digitais. Na avaliação do ministro, a suposta ligação “pode ser de interesse processual para os fatos examinados” no bojo da apuração.
O corregedor também pediu informações ao TJ-MG e ao Ministério Público de Minas para investigar eventual crime pela juíza por auxiliar o blogueiro na divulgação do novo canal, após a ordem do STF de bloquear as contas de Allan dos Santos. No despacho, Salomão aponta sete fatos envolvendo Ludmila, como uma entrevista a um programa da Jovem Pan, em que opinava sobre processos pendentes de julgamento em tom depreciativo, ferindo o Código de Ética da Magistratura.
Salomão também pondera que a juíza retuitou uma publicação com o título ‘Os perseguidores-gerais da República do Brasil’ e uma montagem dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Segundo o corregedor, ao ao publicar o texto, a magistrada “tinha como propósito, entre outros, o de externar juízo depreciativo sobre decisões proferidas por órgãos de cúpula do Poder Judiciário, notadamente pelo Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior Eleitoral”.
Também será investigada por criticar uma ação da Justiça Eleitoral de busca e apreensão na casa do ex-juiz Sérgio Moro, candidato ao Senado no Paraná. O local é listado como comitê de campanha do político, por isso foi alvo da diligência para o recolhimento de materiais considerados irregulares. Ludmila disse que o ato era uma das “maiores bizarrices da legislação eleitoral é a tal da regra do ‘tamanho da fonte’. O cagarregrismo cultural não dá trégua”.
Fonte:REDAÇÃO BN -22/09/2022
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