terça-feira, 15 de agosto de 2023

Feira de Santana: Ciganos mortos são da mesma família e estavam sendo seguidos, afirma major


                   Ney Silva/Acorda Cidade/reprodução

A polícia acredita que os ciganos baleados e mortos em um restaurante em Feira de Santana já estavam sendo perseguidos pelos assassinos. A informação é do major Jorge Freitas, comandante da 64ª Companhia Independente da Polícia Militar do município, que atendeu a ocorrência. O ataque aconteceu por volta das 12h desta segunda-feira (14).

De acordo com ele, os alvos eram da mesma família e estavam em um grupo de oito pessoas. A ação dos assassinos apontam para um crime premeditado. “Quem fez, certamente, aproveitou a oportunidade para cometer o crime. Da maneira que aconteceu, nos indica que eles já estavam acompanhando os passos da família”, afirmou, em entrevista ao CORREIO.

Ao todo foram seis vítimas. Quatro morreram e duas ficaram feridas. Apenas uma das pessoas feridas não era da família cigana e, sim, um cliente do restaurante. Ele levou um tiro no braço. A outra é uma mulher, esposa de um dos homens mortos. Ela foi atingida com um tiro na perna. Os dois passam bem.

Não há informações sobre qual dos mortos é o marido da cigana. Ele chegou a ser socorrido junto com ela para o Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira, mas não resistiu aos ferimentos. Ainda segundo o major, havia um pedido de prisão preventiva em aberto contra ele, que respondia por homicídio.

A Polícia Civil identificou os mortos como Amilton Valadares dos Santos, de 51 anos; Jofre Souza dos Santos, 49; Agnaldo de Oliveira Souza Júnior, 35; e Altamir de Oliveira Souza, 27.


A família de ciganos é de Madre de Deus e estava em Feira de Santana a negócios, conforme informações do major Jorge Freitas. “Uma das senhoras que estavam no grupo disse que a família estava almoçando quando foi surpreendida por homens que entraram [no restaurante] armados e efetuaram os tiros. Há câmeras na região que vão ajudar a elucidar o caso”, contou.

Por volta das 15h, os corpos já haviam sido removidos do local, e a perícia, concluída.

50 tiros

O dono de um estabelecimento localizado próximo ao restaurante onde o ataque aconteceu contou que ouviu os disparos e se assustou com a quantidade. “Foi em torno de 50 tiros. Eu me assustei depois que percebi que não eram bombas. Quando eu desci, vi as meninas que trabalham no restaurante saírem correndo, desesperadas e chorando”, contou o comerciante, que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com o comerciante, o homem que tinha um mandado de prisão em aberto foi resgatado bastante debilitado, aparentemente com um tiro na cabeça e outro no pescoço. “Foi muito sangue, todo mundo que estava aqui conseguiu ver, tanto eles feridos como os sobreviventes da família desesperados”, afirmou.

Segundo um dos poucos moradores da região, que também não quis se identificar, apesar do susto, as pessoas continuaram circulando normalmente e o comércio seguiu aberto.

De acordo com o morador, o restaurante está aberto há mais de 20 anos e uma das preocupações foi que algo tivesse acontecido com o dono. “Quando estava voltando da rua, havia muitas viaturas e pessoas no restaurante, que é de um conhecido. Eu me preocupei, pensando que tivesse acontecido algo com ele”, contou.

A reportagem entrou em contato com o proprietário do restaurante, mas não houve retorno. Segundo as pessoas ouvidas pela reportagem, o estabelecimento ficou fechado para limpeza durante o resto do dia.


Fonte: Correio da Bahia - 15/08/2023 


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