sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Rio: CAC, líder de esquema de pirâmide ostentava armas e carrões nas redes


                                             fotos:reprodução/redes sociais

                                                         

Alvo de investigação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro, André Felipe de Oliveira Silva, apontado como dono de uma empresa que aplicava o golpe da pirâmide financeira no Rio de Janeiro, ostentava armas, carros, relógios e itens de luxo nas redes sociais, além de posar ao lado de celebridades e políticos.

No Instagram, André afirma ter registro Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Ele está preso desde março deste ano por porte ilegal de arma de fogo.

Uma operação deflagrada nesta quinta-feira (23/11) cumpriu seis mandados de prisão contra suspeitos de integrar o esquema. De acordo com a polícia, cerca de 1 mil pessoas foram lesadas pelo grupo.

Denúncia

A operação ocorreu após uma notícia-crime apresentada pelo advogado criminalista Joabs Sobrinho, que representa dois clientes vítimas do esquema. Juntos, eles acumulam prejuízo de mais de R$ 800 mil.

No documento, o advogado relata que as vítimas passaram a sofrer ameaças depois de cobrarem o pagamento pelos investimentos.

“Após as empresas pertencentes aos noticiados pararem de honrar com os seus pagamentos, as vítimas passaram a realizar cobranças diárias junto aos referidos representantes, tendo então estes deixados de ostentar em suas redes sociais as viagens internacionais glamorosas, as festas e os carros de luxo, para começarem a postar fotos e vídeos de armamento pesado, tudo é claro com intuito de fazerem ameaças veladas”, alega.

André Felipe chegou a enviar mensagens com xingamentos a um dos investidores que perdeu dinheiro. “A cadeia alimentar será sempre eu lá em cima e você lá embaixo”, escreveu em uma rede social.

ReproduçãoCaptura de tela de conversa no Instagram
Conversa entre André e vítima de golpe

Como funcionava o esquema

O rendimento ocorria a partir de “traders de criptomoedas”, de acordo com a PCERJ. Segundo a organização, as investigações mostram que a Atomx — posteriormente, tornaria-se a Atrion Invest — chegou a patrocinar eventos e atletas esportivos.

Segundo o MPRJ, o grupo prometia um retorno de 3% a 16,33% de lucros fixos mensais do capital aplicado sobre investimentos mínimos de R$ 2,5 mil — popularmente conhecido como golpe da pirâmide financeira.

As autoridades identificaram movimentações suspeitas de mais de R$ 77 milhões — valor que, segundo a polícia, era incompatível com o patrimônio dos integrantes.

Entre os presos estão:

  • André Felipe de Oliveira Silva, dono da Atomx, preso por porte ilegal de arma em maio;
  • André Vitor de Oliveira Silva, braço direito do irmão;
  • Giovanni Andrade da Costa Leste, policial civil da 54ª DP (Belford Roxo), responsável pela escolta dos irmãos;
  • Suellen Marques Mendonça, ex-mulher de André Felipe.

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, estelionatos, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.

Fonte: Metrópoles -  24/11/2023

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