
Quando ia Roma, o então cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, costumava frequentar o estabelecimento, localizado próximo a uma residência para clérigos visitantes.
"Ele vinha quando era bispo, arcebispo e cardeal para comprar música clássica para ele mesmo ou para dar de presente a alguém. É um amante da música, da ópera, das vozes. Em particular, é um admirador de [o compositor alemão Richard] Wagner", disse à agência de notícias AFP Tiziana Esposito, filha da proprietária, que acrescentou que a visita foi "rápida, imensa, grande, humana e maravilhosa".
No local, trabalham, além de Tiziana, seu marido e sua mãe, Letizia Giostra, que abriu o estabelecimento em 1971. Na Itália, como em grande parte do mundo, o setor tem sofrido com o avanço da tecnologia e a pirataria. Atualmente, a maioria das lojas de discos de Roma está localizada em pequenos espaços, quase que escondida entre restaurantes e casas de souvenir.
Essa não foi a primeira vez que o papa tenta driblar o grande aparato de segurança que o rodeia. Em 2015, ele compareceu a uma ótica no centro da capital italiana para trocar a armação de seus óculos --o produto deveria ter sido entregue ao Vaticano, mas o pontífice decidiu ir buscá-lo. No ano seguinte, Francisco esteve em uma loja não muito longe da sede da Igreja para comprar novos sapatos.
Dois dias depois da mais recente visita pitoresca, o chefe do Vaticano se reuniu com dois vice-presidentes da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, e o bispo de Roraima, dom Mário Antônio Silva. O presidente da entidade e arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor de Oliveira, não viajou devido à situação provocada pelas enchentes em Minas Gerais.
Após o encontro, os religiosos deram uma entrevista à rádio do Vaticano e definiram a reunião como "simples e fraterna". Na ocasião, foi feito um convite ao papa para visitar a Amazônia e também a região das Missões, no Rio Grande do Sul, onde estão registros das relações entre jesuítas e guaranis. Não foram estipuladas datas de uma possível visita.
Além disso, Francisco discutiu o momento político, econômico e social do país. Neste ponto, ainda segundo os representantes da CNBB, os religiosos chegaram ao consenso de que é necessário "prudência, discernimento, oração e capacidade de diálogo".
Fonte:FOLHAPRESS - 14/01/2022
0 comentários:
Postar um comentário